quarta-feira, 27 de julho de 2011

Descoberto o primeiro asteróide companheiro da Terra

Ilustração do primeiro asteróide Trojan conhecido da Terra, descoberto pela missão WISE da NASA. O asteróide é mostrado em cinza e a sua órbita extrema em verde. A órbita da Terra em torno do sol é indicado por pontos azuis. Os objetos não estão em escala. Os asteróides Trojan compartilham a órbita com um planeta, circulando em torno do Sol à sua frente ou atrás. Porque passeiam na mesma órbita que o planeta, nunca cruzam o seu caminho e nunca colidem com o planeta. Eles círculam à volta de poços de gravidade estável, chamados 'pontos de Lagrange' - Crédito: Paul Wiegert, University of Western Ontario, Canada

Foi descoberto o primeiro asteróide que acompanha a Terra ao longo da sua trajectória orbital, movendo-se sempre à frente do nosso planeta, um pouco para além do seu alcance.
O asteróide é uma rocha espacial com cerca de 300 metros de diâmetro e chama-se 2010 TK7, actualmente a cerca de 80 milhões de Km da Terra.
Pertencendo a um grupo de asteróides classificados como Trojan (Troianos) - porque foram baptizados com nomes relacionados com a guerra de Tróia -  foi encontrado numa área difícil de detectar, conhecida como o ponto de Lagrange L-4, uma área do espaço onde as forças gravitacionais entre o Sol e a Terra se equilibram, permitindo que o asteróide se mantenha em sincronia com a órbita do nosso planeta, à medida que orbitam o Sol.
Se imaginarmos o Sol e a Terra situados em dois vértices de um triângulo equilátero, o outro vértice de tal triângulo é conhecido como um ponto Trojan, ou um ponto de Lagrange, em homenagem ao matemático que o descobriu. O Sol e a Terra têm dois desses pontos, um sempre à frente da Terra, conhecido como ponto L-4, e um a reboque, o ponto L-5.
Já são conhecidos asteróides em pontos Lagrange do Sol com Júpiter, Neptuno e Marte. Embora os cientistas já suspeitassem que o Sol e a Terra também tivéssem asteróide Trojan, ainda não tinha sido visto porque surge principalmente no céu diurno e difícil de detectar com a luz solar.
Normalmente, os asteróides Trojan não orbitam exactamente nos pontos Lagrange, mas formando loops em torno deles, devido à atracção gravitacional de outros corpos no sistema solar. O asteróide 2010 TK7 tem uma órbita considerada um pouco caótica e muito grande, podendo levá-lo, ás vezes, até ao lado oposto do Sol.
O relógio no canto superior esquerdo do vídeo mostra como muda a órbita ao longo do tempo. A órbita do asteróide está bem definida e, pelo menos nos próximos 100 anos, não ficará mais perto da Terra que 24 milhões de Km.


O asteróide foi descoberto por uma equipa de astrónomos, liderada por Martin Connors, um astrónomo da Universidade de Athabasca, no Canadá, que usou o Telescópio WISE da NASA. Mais tarde a descoberta foi confirmada com um telescópio terrestre, em Mauna Kea, Hawaii, e vem publicada na edição de 28 de Julho da revista Nature.
Fonte: Space.com

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