O uso de produtos químicos é recente. A queimada continua sendo um grande problema da desflorestação da floresta amazónica - Fonte: wikipédia
A descoberta foi feita pelo Ibama (Instituto brasileiro do meio ambiente e dos recursos naturais renováveis), que sobrevoou o local, na segunda semana de Junho, depois do sistema por satélite Deter (Detecção do Desmatamento em Tempo Real), do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), ter revelado indícios do crime ambiental.
Na área destruída, de 178 hectares, milhares de árvores permaneciam em pé, mas desfolhadas e esbranquiçadas pela acção dos químicos.
Esta destruição química aconteceu no estado do Amazonas, a Sul do município de Canutama, perto da fronteira com o estado da Rondónia, entre o Parque Nacional de Mapinguari e a terra indígena Jacareúba/Katawixi, que ainda não foi demarcada.
Na desflorestação química, os aviões pulverizam a floresta com produtos tóxicos (agrotóxicos, de acordo com o jornal "A Folha de S. Paulo), que deixam as árvores esbranquiçadas, e contaminam todo o ecossistema, solos e lençõis freáticos, matando muitos animais.
No prazo de uma semana, todas as folhas das árvores caem e ficam apenas os troncos. As árvores com valor comercial são, então, derrubadas pelos madeireiros. O terreno depois é limpo com queimadas, para criar pastos para o gado.
O Ibama revelou que apreendeu ainda cerca de quatro toneladas de herbicidas altamente tóxicos que seriam utilizados para o mesmo fim, destruir a floresta, desfolhando as árvores.
Já em 2008, as autoridades descobriram uma área de cinco hectares destruída por herbicidas no estado da Rondónia, na região de São Francisco do Guaporé.
De acordo com Jerfferson Lobato, chefe da Divisão de Controle e Fiscalização do Ibama no estado do Amazonas, o uso de agrotóxicos acelera a desflorestação de florestas públicas (pertencentes à União ou aos Estados) que são um dos alvos da acção, nomeadamente de fazendeiros e madeireiros.
O uso de produtos químicos é recente. O mais comum é devastar usando motosserras, tractores e queimadas.
"Eles [os infractores] mudaram de estratégia porque em pouco tempo conseguem destruir mais áreas com os agrotóxicos. Assim, deixam de mobilizar muitos extractores para evitar a fiscalização do Ibama", afirmou Lobato.
O sistema DETER indica que no último mês de Maio foram derrubados 268 km² de floresta da Amazónia, um aumento de 2,5 vezes em relação ao mesmo mês do ano passado.
Relatórios completos sobre o desmatamento estão disponíveis na página http://www.obt.inpe.br/deter/
Mais informações aqui e aqui
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