A África do Sul, que alberga cerca de 80% da população mundial de rinocerontes Africanos negros e brancos (cerca de 4.000 rinocerontes negros e 20.000 brancos), tem vindo a perder muitos dos seus animais, por acção do crime organizado e caçadores ilegais.
O rinoceronte-negro africano (Diceros bicornis) está ameaçado pelo mercado asiático - Fonte: wikipédia
Desde o início de 2011, a organização WWF já registou 193 rinocerontes abatidos, dos quais 126 no Parque Nacional Kruger. Se nada for feito para travar o crime, este ano poderão ser abatidos mais animais que em 2010, em que foram mortos 333, a maioria também no Parque Kruger.
Segundo denuncia Joseph Okori, coordenador do Programa Rinocerontes na WWF, o abate ilegal é feito por " criminosos sofisticados que, por vezes, caçam a partir de helicópteros e utilizam armas automáticas". “A África do Sul está em guerra contra um crime organizado que se arrisca a deitar por terra os progressos excepcionais que foram conseguidos até agora”.
A caça ilegal no país aumentou desde 2006, no entanto intensificou-se a partir de 2010 e afectando, sobretudo, a reserva de Kruger, com maior número de animais abatidos.
“As organizações criminosas na África do Sul operam com uma tecnologia muito avançada. Estão muito bem coordenadas. Isto não é a caça furtiva habitual”, denuncia Joseph Okori.
Por isso, a África do Sul intensificou os seus programas de luta e não hesita em responder à violência dos caçadores ilegais. Desde Janeiro, as Forças Armadas patrulham o Parque Kruger.
Em Junho, também a Suazilândia registou o seu primeiro rinoceronte morto ilegalmente no espaço de 20 anos.
De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), no mundo existem cerca de 25.000 rinocerontes, distribuídos por cinco espécies (três em África e duas na Ásia), das quais quatro estão ameaçadas de extinção. Na Ásia, a caça e a desflorestação colocaram os rinocerontes de Java e de Sumatra em perigo crítico de extinção e o rinoceronte da Índia vulnerável.
Depois de serem quase dizimados nos séculos XIX e XX, a criação de parques nacionais e a luta contra o abate ilegal tem vindo a recuperar as populações de rinocerontes na África. No entanto, a Ásia pode constituir uma grande ameaça ao procurar, a qualquer custo, os chifres de rinocerontes para a medicina tradicional ou decoração, apesar da proibição da CITES (Convenção sobre o comércio internacional das espécies de fauna e flora selvagens ameaçadas de extinção).
Fonte: Público.pt / Programa Rinocerontes
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