sábado, 16 de junho de 2012

Grande asteróide 2011 AG5 não deverá colidir com a Terra em 2040

Órbita (a azul) e posição do grande asteróide 2011 AG5 em 15 de Junho de 2012 - Crédito: NASA/JPL-Caltech

O grande asteróide 2011 AG5, que os cientistas pensavam poder ser uma ameaça real para o nosso planeta em 2040, deverá passar em segurança, sem provocar qualquer impacto com a Terra nessa altura.
A nova previsão baseia-se em mais pesquisas que foram feitas sobre este asteróide. A rocha espacial mede cerca de 140 metros e foi descoberta em Janeiro de 2011. Durante nove meses foi monitorada por vários observatórios, até se encontrar demasiado longe e fraca para ser detectada.
Os dados existentes actualmente indicam que ainda existe uma pequena hipótese de 2011 AG5 atingir a Terra dentro de 28 anos. No entanto, os cientistas esperam fazer mais observações espaciais e terrestres nos próximos quatro anos para conhecer melhor a sua órbita e mostrar que a probabilidade do asteróide falhar o nosso planeta, em 2040, é superior a 99 por cento.
Já aconteceu algo semelhante, há alguns anos, com o asteróide Apophis, que também se considerou ser uma ameaça de impacto, em 2036. Mas outras observações, feitas entre 2005 e 2008, permitiram compreender melhor a trajectória do asteróide e verificar que a probabilidade de uma colisão com a Terra era reduzida.
Actualmente, as observações de 2011 AG5 são limitadas devido à sua localização para além da órbita de Marte e no céu diurno, no outro lado do Sol. As condições de observação serão melhores no outono de 2013, com o asteróide a cerca de 147 milhões de quilómetros da Terra, mas com uma localização favorável para observações no céu à noite. Telescópios espaciais e terrestres vão rastrear e ajudar a determinar, com mais rigor, a trajectória do asteróide.
Os astrónomos terão uma visão ainda mais clara do grau de perigo representado por 2011 AG5, em 2023, quando ele se encontrar aproximadamente a 1,8 milhões de km de distância da Terra. Se 2011 AG5 passar através de uma região do espaço com 365 quilómetros de largura, que os astrónomos chamam de "buraco da fechadura" (keyhole), em Fevereiro de 2023, a atração gravitacional da Terra pode influenciar a órbita do objecto apenas o suficiente para o trazer para um impacto com o nosso planeta, em 5 de Fevereiro de 2040. Mas, se o asteróide falhar o "buraco da fechadura", não ocorrerá colisão em 2040.
Embora os cientistas esperem que a passagem deste asteróide seja segura, eles reconhecem que existe uma pequena hipótese de verem aumentar o risco de colisão como resultado das observações que serão realizadas entre 2013 e 2016. Mesmo que isso aconteça, de acordo com os especialistas, ainda há tempo suficiente para planejar e realizar pelo menos uma das várias missões viáveis ​​para mudar o curso do asteróide.

Ilustração sobre as diferenças entre as órbitas de um asteróide próximo à Terra típico (azul) e um asteróide potencialmente perigoso, ou PHA (laranja). PHAs são um subconjunto dos asteróides próximos da Terra (NEAs), com órbitas mais próximas da órbita da Terra, chegando a cerca de 8 milhões de quilómetros. São grandes o suficiente para sobreviver à passagem pela atmosfera terrestre e causar danos numa escala regional ou maior - Crédito: NASA/JPL-Caltech

Os asteróides potencialmente perigosos (PHAs) constituem um grupo de asteróides próximos da Terra (NEAs, sigla em inglês)). Têm órbitas mais próximas do nosso planeta, aproximando-se a cerca de 8 milhões de km. Estes objectos são grandes o suficiente para passarem intactos através da atmosfera da Terra, o que poderia resultar em danos pelo menos a uma escala local, de acordo com os especialistas da NASA.
A colisão de um asteróide do tamanho de 2011 AG5 poderia causar danos numa região com pelo menos 161 Km de largura.
A NASA criou o Programa NEO (Near Earth Object Program), em 1998, com o objectivo de detectar, rastrear e caracterizar rochas espaciais póximas da Terra e cometas maiores que 1 km de tamanho. O programa agora também procura NEOs tão pequenos quanto o asteróide 2011 AG5. A NASA também apoia observações, seguimento e outras actividades relacionadas com os NEOs em todo o mundo.
Fonte: NASA

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