quarta-feira, 20 de junho de 2012

Fósseis de tartarugas em pleno acto sexual, há 47 milhões de anos

Um dos pares de tartarugas fósseis já extintas Allaeochelys crassesculpta encontradas em Messel, na Alemanha. O macho (à direita), é cerca de 20% menor que a fêmea (à esquerda) e pode ser reconhecido pela sua cauda relativamente mais longa - Crédito: "Royal Society"

Uma equipa de cientistas alemães, da Universidade de Tübingen, encontraram os fósseis de duas tartarugas que estavam unidas na postura própria da cópula quando morreram. Assim foram encontradas, 47 milhões de anos depois, no local de Messel, perto de Darmstadt, na Alemanha. A descoberta vem publicada na revista 'Biology Letters' da Royal Society britânica.
Segundo os investigadores, as tartarugas tinham iniciado o acto sexual em águas habitáveis, mais superficiais, de um lago que existia no lugar, no período do Eoceno. Se o acasalamento se deu num local com águas profundas, provavelmente as tartarugas afundaram e foram envenenadas pela emissão de gases tóxicos resultantes de uma erupção vulcânica, permanecendo unidas e preservadas nos sedimentos do lago.

Local de Messel, na Alemanha, Património Mundial da Humanidade pela sua riqueza em fósseis do Eoceno - Fonte: wikipédia

As tartarugas pertencem à espécie extinta 'Allaeochelys crassesculpta', eram aquáticas e com cerca de 20 centímetros de comprimento, sendo as fêmeas um pouco maiores que os machos, o que facilitou a identificação dos sexos do par encontrado.
No mesmo local já tinham sido encontrados outros pares de tartarugas, mas nunca ficara demonstrado que se tratava de macho e fêmea. É a primeira vez que se encontra este tipo de situação em vertebrados. Há muitos exemplos de insectos preservados em âmbar, e que também estavam a copular quando foram envolvidos pela resina há milhões de anos.
Fósseis que documentam comportamentos específicos são extremamente valiosos para os cientistas, pois permitem conhecer melhor as espécies já extintas ou até fornecer pistas sobre o local onde se encontram.
As rochas sedimentares de Messel são muito ricas em fósseis de animais e vegetais, alguns fósseis bastante raros e de grande valor, incluindo espécimes com preservação de tecidos moles e até cores. É o local da Terra que melhor representa o Eocénico, a época geológica entre os 55 e 37 milhões de anos. Por isso, Messel foi considerado Património da Humanidade pela Unesco.
Há 47 milhões de anos, o lago aí existente devia estar numa região de emissão de gases vulcânicos, o que tornaria as águas mais profundas do lago sem vida. De vez em quando, por motivos que não se conhecem bem, a fauna da região era afectada e morria em massa, o que pode explicar a existência de tantos fósseis no local.
Fonte: El Mundo.es e Publico.pt

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