segunda-feira, 18 de junho de 2012

Cabra montês do sul dos Pirenéus, há 7000 anos, era gigante

Jovens cabras selvagens nos Alpes (Capra ibex) - Fonte: wikipédia

Um estudo publicado na revista 'Comptes Rendus Palevol' descreve a análise feita aos restos fósseis de cabra montês ibérica 'Capra pyrenaica pyrenaica', extinta no ano 2000. São descritos três crânios da espécie do Holoceno, dois machos e uma fêmea, entre 4.000 e 7.000 anos de antiguidade, encontrados no sudoeste dos Pirenéus, dois deles a grandes altitudes, em 1984 e 1994.
Os resultados apresentados sugerem que o tamanho destas cabras selvagens era 50% superior às cabras monteses mais modernas que viveram na Península Ibérica e se extinguiram em 2000. Além disso, apresentam um maior parentesco com o íbex-alpino (Capra ibex), que vive em estado selvagem na região dos Alpes.
Segundo Ricardo García-González, único autor do estudo e investigador do Instituto Pirenaico de Ecología (IPE-CSIC), o grande tamanho, sobretudo dos machos, podia ser devido ao aumento da disponibilidade de alimentos durante o Holoceno (desde 11.000 anos até à actualidade).
A elevada altitude a que se encontraram os restos mostra ainda que o degelo já tinha começado nesta zona, a cerca de 2.500 metros (actual Parque Nacional de Ordesa, nos Pirenéus), há 7.000 anos, e onde existem ainda restos dos glaciares pirenaicos.
Para o investigador, "a essa altitude já se tinham desenvolvido as nutritivas pastagens alpinas acima do limite da floresta, que as cabras monteses frequentavam no verão em migrações sazonais, como fazem os seus parentes actuais".

Ilustração da Cabra-montês (Capra pyrenaica pyrenaica) já extinta - Fonte: wikipédia
 
O último exemplar da cabra montês (Capra pyrenaica pyrenaica) extinguiu-se, em Espanha, em 2000, embora a subespécie de cabra selvagem ibérica já estivésse muito ameaçada desde o início do século XX, sobretudo devido à caça excessiva.
Outra subespécie de cabra montês que também desapareceu, foi a cabra montês portuguesa (Capra pyrenaica lusitanica), igualmente por acção directa do homem, que a caçou intensivamente. Os últimos exemplares foram avistados na Serra do Gerês, Portugal, em 1892.
Fonte: El Mundo.es

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