Uma avaria mantém a sonda russa Phobos-Grunt incontactável e presa numa órbita terrestre, impedindo-a de seguir a sua viagem a Marte (reprodução)
De acordo com especialistas russos, cada vez são menores as possibilidades de recuperação da nave interplanetária robótica Phobos-Grunt, e maior a probabilidade de ela cair descontrolada sobre a Terra. O sul da Europa é uma das regiões possíveis, assim como Estados Unidos, China, África, Austrália e Japão.
Desde o seu lançamento para Marte, em 8 de Novembro, a sonda russa encontra-se em órbita terrestre, mas os cientistas russos ainda não conseguiram restabelecer o contacto com a nave, numa tentativa de descobrir e, se possível, solucionar o problema que a impediu de seguir a sua viagem para o planeta vermelho. Também a Agência Espacial Europeia (ESA) tem tentado contactar a sonda a partir das suas Estações das Ilhas Canárias (Espanha), Austrália e Guiana Francesa, sem obter qualquer resposta.
A Agência Espacial Russa, Roscosmos, tem pouca esperança de reconduzir Phobos-Grunt para a sua órbita em direcção a Marte. Desconhece-se o tipo de avaria que ela sofreu, se foi um problema técnico (neste caso não há solução) ou informático - que pode ser resolvido ou não. Em qualquer caso, é necessário contactar a nave, o que ainda não aconteceu.
As notícias indicam que a sonda poderá iniciar a sua queda para a superfície terrestre a partir de 3 de Dezembro, a data limite para poder tentar salvá-la. Nesta situação, será mais um pedaço de lixo espacial, com 13,5 toneladas de peso, com todo o seu combustível tóxico e ainda cobalto 57 radioactivo.
A sonda russa Phobos-Grunt, com 13,5 toneladas, poderá cair descontrolada na Terra (reprodução)
O director da revista 'Noticias de Cosmonáutica', Ígor Lisov, considera que os Estados Unidos e a China têm mísseis capazes de abater a Phobos-Grunt, se ela se dirigir contra o seu território.
Andreas Schütz, porta-voz do Centro Alemão de Aeronáutica e Astronáutica DRL, minimiza a situação dizendo que a queda da sonda não provocará prejuízos e passará despercebida. Quanto ao material radioactivo, "São apenas poucos miligramas de cobalto que estão a bordo por motivos científicos. Se a Phobos-Grunt entrar na atmosfera desintegram-se totalmente".
A missão Phobos-Grunt, de 34 meses, tinha como objectivo final Phobos, a maior lua de Marte. A nave robótica deveria pousar na lua marciana, recolher uma amostra de 200 gramas do seu solo e devolver à Terra em 2014. Acredita-se que o material de Phobos pode ajudar a conhecer melhor o material inicial de que se originou o nosso Sistema Solar.
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