segunda-feira, 28 de novembro de 2011

África apela à solidariedade na conferência da ONU sobre as alterações climáticas, em Durban

Os combustíveis fósseis originam a emissão de gases de efeito de estufa que favorecem o aquecimento global - Fonte: wikipédia

Teve início hoje a conferência da ONU que, durante duas semanas, vai discutir as Alterações Climáticas, em Durban, na África do Sul. Para os países mais pobres de África e outras partes do mundo, esta é uma “questão de vida ou de morte” e, por isso, eles pedem a solidariedade internacional.
Na cerimónia de abertura da COP17 (17ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro da ONU para as Alterações Climáticas), Jacob Zuma, presidente do país anfitrião, declarou que as "várias regiões do mundo têm visões diferentes sobre o aquecimento global simplesmente porque são afectadas de formas diferentes. Mas para a maioria dos povos em desenvolvimento, esta é uma questão de vida ou de morte”.
Também Idriss Déby, Presidente do Chade e representante da Comunidade Económica dos Estados da África Central (ECCAS, sigla em inglês), disse que a sobrevivência das populações do continente africano está em risco pelos impactos negativos das alterações climáticas, que estão a afectar o crescimento dos países africanos. No entanto, Idriss Déby lembrou que vários destes países “são o último bastião na luta contra o avanço galopante do deserto”, referindo como exemplos o desaparecimento do Lago Chade – hoje 10% da sua superfície original – e as ameaças às florestas da Bacia do Congo.

Evolução (redução) do lago Chade entre 1973 e 2001. É muito importante economicamente por fornecer água para cerca de 20 milhões de pessoas nos quatro países localizados ao seu redor: Chade, Camarões, Níger e Nigéria - Fonte: wikipédia

O Presidente do Chade Déby salientou a importância de chegar a acordo sobre uma maior solidariedade internacional. “Os países industrializados esperam muito das florestas africanas para captar os gases com efeito de estufa das suas fábricas. Por isso é lógico que ajudem a financiar os países africanos, para o seu desenvolvimento e garantir a sua sobrevivência”, declarou.
Participam 183 países nesta conferência da ONU que termina a 9 de Dezembro. Um dos temas importantes a discutir deverá ser o futuro do Protocolo de Quioto, o único tratado internacional que regulamenta as emissões de gases com efeito de estufa a mais de 40 países industrializados, e que expira em 2012, depois de nem sempre ter sido cumprido. O financiamento aos países mais vulneráveis será outra questão a tratar, entre outras.
Mais informações em Publico.pt

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