Os relâmpagos criam ondas de baixa freqüência que circundam a Terra, um fenómeno conhecido como "ressonância Schumann". Grande parte da energia das ondas fica presa entre o solo e a camada ionosfera na atmosfera da Terra - mas agora mostrou-se que alguma energia sai para fora (para a ionosfera) - Crédito: NASA / Goddard Estúdio de Visualização Científica
Cada relâmpago, das inúmeras tempestades que ocorrem na Terra, cria ondas eletromagnéticas que começam a circular em torno da Terra presas entre a superfície da Terra e um limite de cerca de 60 milhas acima. Algumas das ondas - se tiverem precisamente o comprimento de onda certo - combinam-se, tornando-se mais fortes, e criam um efeito designado por "ressonância Schumann".
Esta ressonância fornece uma ferramenta útil para analisar a meteorologia da Terra, o seu ambiente eléctrico, e até mesmo para ajudar a determinar quais os tipos de átomos e moléculas existentes na atmosfera da Terra, o que até agora é feito apenas a partir de baixo (da superfície terrestre).
Agora, o instrumento Vector Electric Field Instrument (VEFI), da NASA, a bordo do satélite de Comunicação/Navegação Outage Forecast System (C/NOFS) da Força Aérea dos Estados Unidos, detectou "ressonância Schumann" a partir do espaço, o que surpreendeu os cientistas, pois os modelos actuais de "ressonância Schumann" indicam que essas ondas deveriam circular a baixas altitudes, entre o solo e uma camada da atmosfera terrestre chamada ionosfera.
Segundo Fernando Simoes, cientista da NASA e principal autor de uma publicação online sobre a descoberta no jornal Geophysical Research Letters, em 16 de Novembro, "há energia que está a sair para o espaço e isso abre muitas outras possibilidades para o estudo do nosso planeta a partir de cima" (do espaço).
As "ressonâncias Schumann" foram previstas em 1952, mas foram medidas pela primeira vez de forma confiável no início dos anos de 1960. Desde então, os cientistas descobriram que as variações nas ressonâncias correspondem a alterações nas estações do ano, actividade solar, actividade no ambiente magnético da Terra, em aerossóis de água na atmosfera, e outros fenómenos ligados à Terra.
As ondas criadas pelos relâmpagos - em azul, verde e vermelho - círculam ao redor da Terra, criando a chamada "ressonância Schumann". Estas ondas podem ser usados para estudar a natureza da atmosfera onde se movimentam - Crédito: NASA / Simões
Todos os estudos sobre estas ressonâncias fornecem pistas para a compreensão da atmosfera terrestre, mas todas as medições são feitas ao nível da superfície da Terra.
Para os cientistas, a detecção dessas ressonâncias Schumann no espaço exige, no mínimo, um ajuste dos modelos básicos sobre elas. Mas a detecção de ressonância Schumann a partir de cima também fornece uma ferramenta para entender melhor a ionosfera que circunda a Terra.
"Combinando com medições no terreno, temos uma melhor maneira de estudar relâmpagos, tempestades e a baixa atmosfera. Interessa, agora, descobrir a melhor forma de usar essa ferramenta a partir deste novo ponto de vista".
Fonte: NASA
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