Espectacular imagem de grande campo, que mostra as zonas de formação estelar na Nebulosa Carina. As observações feitas com a câmara LABOCA no telescópio Apex (sigla do inglês Atacama Pathfinder Experiment) instalado no planalto do Chajnantor, nos Andes chilenos, visíveis em tons de laranja, foram combinadas com a imagem no visível do telescópio Curtis Schmidt, instalado no Observatório Interamericano de Cerro Tololo. A nebulosa contém estrelas com uma massa total equivalente a mais de 25 000 sóis, enquanto a massa do gás e das nuvens de poeira corresponde a cerca de 140 000 sóis - Crédito: ESO/APEX/T. Preibisch et al. (Submillimetre); N. Smith, University of Minnesota/NOAO/AURA/NSF (Optical)
Observações feitas com o telescópio APEX no submilímetro permitiram revelar as nuvens frias de poeira onde se formam estrelas na Nebulosa de Carina. É um local de intensa formação estelar, que alberga algumas das estrelas de maior massa da nossa galáxia, considerado o sítio ideal para se estudar a interação entre as jovens estrelas e as nuvens que as originam.
Uma equipa de astrónomos obteve imagens na região espectral do submilímetro, onde a maior parte da radiação observada corresponde ao brilho ténue do calor irradiado pelos grãos de poeira cósmica. A imagem revela assim as nuvens de poeira e gás molecular - essencialmente hidrogénio - a partir das quais se formam as estrelas. A -250º C os grãos de poeira estão muito frios e o ténue brilho (visível em tons de laranja) que deles emana apenas pode ser visto nos comprimentos de onda submilimétricos, que são muito maiores que os da radiação visível.
A Nebulosa Carina encontra-se a cerca de 7500 anos-luz de distância, na constelação do mesmo nome (Carina ou Quilha). É uma das nebulosas mais brilhantes do céu devido à sua grande população de estrelas de grande massa. Com uma dimensão de aproximadamente 150 anos-luz, é uma das maiores nebulosas no céu, cerca de várias vezes maior que a bem conhecida Nebulosa de Orion.
No entanto, apenas uma pequena fração do gás da Nebulosa Carina está em nuvens suficientemente densas para que se dê o seu colapso e se formem novas estrelas num futuro imediato (em termos astronómicos isto corresponde ao próximo milhão de anos). A longo prazo, os efeitos dramáticos das estrelas de grande massa que já se encontram na região rodeadas pelas suas nuvens, podem fazer acelerar a taxa de formação estelar.
Impressionante imagem captada pelo Telescópio Espacial Hubble da estrela massiva Eta Carinae. Um par enorme de nuvens ondulantes de gás e poeira rodeia a estrela. Eta Carinae sofreu uma grande explosão há cerca de 160 anos, quando se tornou numa das mais brilhantes estrelas do hemisfério sul. Embora brilhe como uma supernova, a estrela sobreviveu à explosão, formando-se as nuvens e um grande e fino disco equatorial. Tudo isto está a afastar-se da estrela a grande velocidade. A imagem foi obtida em Setembro de 1995 - Fonte: wikipédia
As estrelas de grande massa têm uma vida relativamente curta, no máximo apenas alguns milhões de anos, mas influenciam fortemente o meio onde estão inseridas. Quando jovens, elas emitem ventos estelares fortes e radiação que dão forma às nuvens que as rodeiam, e provavelmente comprimem-nas o suficiente para que se formem novas estrelas. No final das suas vidas, tornam-se muito instáveis, estando sujeitas a perdas consideráveis de material estelar, terminando de forma violenta em explosões de supernova.
Eta Carinae é um exemplo destas estrelas violentas, uma estrela brilhante amarelada situada no centro da primeira imagem um pouco para cima e à esquerda, visível no hemisfério sul. Possui cerca de 100 vezes mais massa que o nosso Sol e encontra-se entre as estrelas mais brilhantes conhecidas. No próximo milhão de anos, mais ou menos, a Eta Carinae explodirá como supernova, seguida de mais supernovas com origem noutras estrelas de grande massa que se encontram na região.
Estas explosões violentas originam ondas de choque que atravessam as nuvens de gás molecular que estão nas suas vizinhanças, mas depois de percorrer mais de cerca de dez anos-luz, tornam-se mais fracas e podem, em vez de destruir, comprimir as nuvens que se encontram um pouco mais afastadas, dando origem à formação de uma nova geração de estrelas. As supernovas podem ainda produzir átomos radioativos de curta duração, que são incorporados nas nuvens que estão a colapsar. Existem evidências fortes de que semelhantes átomos radioativos foram incorporados na nuvem que colapsou para formar o nosso Sol e os planetas. Assim, a Nebulosa Carina pode ajudar a compreender melhor a formação do nosso próprio Sistema Solar.
Fonte: ESO
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