Imagem mostrando 18 galáxias pequenas descobertas pelo Telescópio Espacial Hubble da NASA. As minúsculas galáxias, vistas individualmente na caixa inferior, existiam há 9000 milhões de anos, e estão cheias de estrelas em formação. Hubble observou as galáxias num campo chamado o Great Observatories Origins Deep Survey (GOODS). Estas galáxias estão entre 69 galáxias anãs encontradas nesse campo (marcadas por círculos verdes na imagem grande) e outros campos, como o Ultra Deep Field (UDS). As imagens das galáxias individuais foram captadas de Novembro de 2010 a Janeiro de 2011. A imagem maior foi obtida entre Setembro de 2002 e Dezembro de 2004, e entre Setembro de 2009 e Outubro de 2009 - Crédito: NASA, ESA, A. van der Wel (Max Planck Institute for Astronomy, Heidelberg, Germany), H. Ferguson and A. Koekemoer (STScI.), and the CANDELS team)
Usando a visão do infravermelho próximo ao ponto 9 biliões de anos atrás, o Telescópio Espacial Hubble descobriu uma população enorme de galáxias anãs jovens cheias de estrelas em formação. Como as galáxias anãs são o tipo mais comum de galáxias no universo, o rápido nascimento de estrelas observado nestes exemplares recém-descobertos pode levar os astrónomos a reavaliar o modo como as galáxias se formam.
As galáxias têm tipicamente uma centena de vezes menos massa do que a galáxia Via Láctea, mas o ritmo elevado a que se formam as estrelas pode duplicar o seu conteúdo estelar em apenas 10 milhões de anos. Em comparação, a Via Láctea levaria milhares de vezes mais tempo para duplicar a sua população.
Segundo Arjen van der Wel, do Instituto Max Planck de Astronomia, em Heidelberg, Alemanha, autor principal de um artigo sobre os resultados, publicado on-line, em 14 de Novembro, no The Astrophysical Journal. "Nós não estávamos procurando especificamente por essas galáxias, mas destacaram-se por causa das suas cores invulgares".
As observações formaram parte do Cosmic Assembly Near-infrared Deep Extragalactic Legacy Survey (CANDELS), um estudo de três anos para analisar as galáxias mais distantes no universo. Candels é o primeiro censo de galáxias anãs numa tal época primitiva do universo.
Galaxias anãs do projecto Candels, no campo Ultra Deep Field (UDS) - Crédito: NASA, ESA, A. van der Wel (Max Planck Institute for Astronomy, Heidelberg, Germany), H. Ferguson and A. Koekemoer (STScI), and the CANDELS team
As observações resultantes estão de certo modo em desacordo com os recentes estudos detalhados sobre as galáxias anãs que orbitam como satélites da Via Láctea.
"Esses estudos sugerem que a formação estelar foi um processo relativamente lento, estendendo-se ao longo de biliões de anos", explicou Harry Ferguson, do Space Telescope Science Institute (STScI), em Baltimore, Maryland, co-líder da pesquisa Candels. "O Candels ao descobrir que havia galáxias, com aproximadamente o mesmo tamanho, formando estrelas a taxas muito rápidas em épocas primitivas, obriga-nos a re-examinar o que pensávamos que sabíamos sobre a evolução das galáxias anãs".
Os cientistas do projecto Candels descobriram 69 galáxias anãs jovens em imagens obtidas, no infravermelho próximo, pela câmera Wide Field 3 do Hubble e Advanced Camera for Surveys.
As observações sugerem que as galáxias recém-descobertas eram muito comuns há 9 biliões de anos. No entanto, é um mistério por que as galáxias anãs recém-encontradas formaram estrelas a um ritmo tão elevado. As simulações de computador mostram que a formação de estrelas em galáxias pequenas pode ser episódica.
Os cientistas esperam que o Telescópio Espacial James Webb, um observatório de infravermelhos programado para ser lançado mais tarde nesta década, seja capaz de detectar estas galáxias mais fracas numa época ainda mais primitiva, para estudar o brilho e a composição química das suas estrelas e saber mais pormenores da sua formação.
Fonte: NASA
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