O aumento dos gases de efeito de estufa na atmosfera pode originar verões mais quentes nas próximas décadas - Fonte: wikipédia
No estudo, a publicar no jornal Climatic Change Letters, os investigadores concluiram que várias regiões tropicais da África, Ásia e América do Sul podem ver surgir "um calor de verão permanente sem precedentes" nas próximas duas décadas.
Nas latitudes médias da Europa, China e América do Norte, incluindo os Estados Unidos, os cientistas indicam que são áreas susceptíveis de sofrer mudanças extremas de temperatura de verão no prazo de 60 anos.
Para Noah Diffenbaugh, principal autor do estudo e professor de Ciências do Ambiente em Stanford: "De acordo com as nossas projecções, grandes áreas do mundo podem aquecer de forma tão rápida que, em meados deste século, mesmo os verões mais frescos serão os mais quentes dos últimos 50 anos".
Segundo Diffenbaugh, o estudo surgiu perante as interrogações da comunidade científica sobre o efeito futuro do aquecimento global.
Para determinar o impacto do aquecimento global nas próximas décadas, os investigadores utilizaram modelos climátivos, incluindo simulações de computador do século XXI, quando as concentrações de gases com efeito de estufa deverão aumentar, e as simulações do século XX que previram o clima da Terra durante os últimos 50 anos. Os resultados revelaram que muitas partes do planeta poderiam experimentar um aumento permanente das temperaturas sazonais, no prazo de 60 anos.
A equipa também analisou os dados históricos das estações meteorológicas em todo o mundo, tendo verificado que o aquecimento já começou e que os modelos climáticos usados representam muito bem os padrões históricos.
De acordo com a análise de ambos os modelos do clima e os dados climáticos históricos, os trópicos estão a aquecer mais rapidamente, onde mais de 70% das estações de verão entre 2010 e 2039 excedem as máximas dos finais do século XX.
Embora as regiões tropicais sejam as primeiras a sofrer as mudanças, grandes áreas da América do Norte, China e Europa mediterrânica podem registar novos padrões de temperatura por volta de 2070, segundo o estudo.
Para os cientistas, a importância deste estudo deve-se às graves consequências do aumento de temperatura na saúde humana, na produção agrícola e na produtividade do ecossistema. Sabe-se que as ondas de calor na Europa em 2003 mataram 40.000 pessoas. Também há estudos que mostram que o aumento previsto das temperaturas de verão no Centro-Oeste dos Estados Unidos poderia reduzir a safra de alimentos básicos, como milho e soja, por mais de 30 por cento.
Fonte: Universidade de Stanford / El Mundo
Sem comentários:
Enviar um comentário