A imagem mostra a grande nebulosa em torno de Betelgeuse. As nuvens de gás estão reproduzidas no disco central. O pequeno círculo vermelho no meio tem um diâmetro com cerca de quatro vezes e meia o da órbita da Terra e representa a localização da superfície visível de Betelgeuse. O disco preto corresponde a uma parte muito brilhante da imagem que foi tapada para permitir ver a nebulosa, que é mais fraca - Crédito: ESO/P. Kervella
Betelgeuse, uma supergigante vermelha da constelação de Orion, é uma das estrelas mais brilhantes do céu nocturno. É também uma das maiores, sendo quase do tamanho da órbita de Júpiter - cerca de quatro vezes e meia o diâmetro da órbita da Terra. A imagem do VLT mostra a nebulosa em torno da estrela, que é muito maior que a própria estrela, estendendo-se para lá de 60 mil milhões de quilómetros desde a superfície estelar - cerca de 400 vezes a distância da Terra ao Sol.
Esta supergigante vermelha encontra-se numa das últimas fases da sua vida de estrela de grande massa. Nesta fase, de curta duração, ela aumenta de tamanho e expele enormes quantidades de material das suas camadas exteriores para o espaço.Este processo de ejecção de material pela estrela envolve dois fenómenos distintos. O primeiro corresponde à formação de enormes nuvens de gás (mais pequenas que a nebulosa da imagem), que se estendem no espaço a partir da superfície da estrela. O outro é o movimento vigoroso, para cima e para baixo, de bolhas gigantes presentes na atmosfera de Betelgeuse - tal como a água a ferver que circula numa panela - que fazem ejectar as nuvens.
Betelgeuse, uma supergigante vermelha da constelação de Orion, é uma das estrelas mais brilhantes do céu nocturno
O novo estudo mostra que as nuvens observadas próximo da estrela estão provavelmente ligadas a estruturas na nebulosa exterior e que se vê na imagem infravermelha do VISIR. A nebulosa não se observa no visível, porque fica ofuscada pelo enorme brilho de Betelgeuse.
O material apresenta uma forma assimétrica e irregular indicando que a estrela não ejectou material de forma simétrica. As bolhas de material estelar e as nuvens gigantes que estas bolhas originam podem ser responsáveis pelo aspecto nodoso da nebulosa.
O material visível na nova imagem é muito provavelmente composto de poeira de silicato e alumina. É o mesmo material que forma a maior parte da crosta da Terra e doutros planetas rochosos. Em determinada altura do passado distante, os silicatos da Terra foram formados por uma estrela de grande massa (agora extinta) semelhante a Betelgeuse.
Fonte: ESO
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