quinta-feira, 9 de junho de 2011

Bolhas magnéticas na orla do Sistema Solar, sugerem os dados das sondas Voyager

Analisando os dados das sondas Voyager da NASA com um novo modelo de computador, os cientistas descobriram que o campo magnético solar, na orla do nosso Sistema Solar, é constituído por bolhas magnéticas de aproximadamente 160 milhões de Km de largura, formando uma espécie de espuma de bolhas magnéticas. As bolhas são criadas quando as linhas de campo magnético se reorganizam.
Os resultados são descritos na edição de 9 de Junho (hoje) da revista científica Astrophysical Journal.

As bolhas magnéticas na orla do Sistema Solar têm cerca de 160 milhões de Km de largura, semelhante à distância entre a Terra e o Sol - Crédito: NASA

A Voyager 1 entrou na "zona de espuma" por volta de 2007, e a Voyager 2, um ano depois. Elas encontram-se na região de fronteira, a heliosfera, prestes a sair do Sistema Solar. Nesta área, o vento solar e o campo magnético solar são afectados pelo material expelido por outras estrelas da nossa galáxia.

As duas visões da heliosfera, a antiga (esquerda) e a nova (direita). As espirais vermelhas e azuis representam as linhas de campo magnético de modelos ortodoxos. As informações das sondas Voyager acrescentaram a "espuma magnética" na orla do Sistema Solar (direita)- Crédito: NASA

De acordo com o astrónomo Merav Opher, da Universidade de Boston, "O campo magnético do Sol estende-se até à orla do Sistema Solar. Como ele gira, o seu campo magnético fica distorcido e enrugado, um pouco como a saia de uma bailarina. Bastante longe do Sol, onde se encontram as Voyager agora, os folhos das saias estão em cima".
A compreensão da estrutura do campo magnético solar permitirá que os cientistas possam explicar como os raios cósmicos galácticos entram no nosso Sistema Solar e ajudando, também, a definir como a nossa estrela interage com o resto da galáxia.


Crédito: NASA

Esta animação mostra o efeito do novo cenário de raios cósmicos galácticos. Os limites da heliosfera são muito importantes para proteger o interior do sistema solar a partir do fluxo de raios cósmicos galácticos. O heliopausa, a última região que nos separa do resto da galáxia, age mais como uma membrana que é permeável a raios cósmicos galácticos do que um escudo que desvia as partículas energéticas. Os raios cósmicos galácticos lentamente vagueam na heliosfera e podem ficar retidos no mar de bolhas magnéticas.
Fonte: NASA / ScienceDaily

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