Milhares de fotografias de grande resolução mostram características importantes do planeta e medições da composição química da superfície de Mercúrio estão a dar pistas importantes para a sua origem e história geológica.
Cratera de impacto Degas observada pela MESSENGAR. Tem 52 Km de diâmetro. À esquerda, a foto da Mariner 10 da mesma cratera - Crédito: NASA / Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory / Carnegie Institution of Washington
A superfície não é dominada por rochas ricas em feldspato, como acontece com a Lua ou as rochas basálticas da Terra. Além disso, foram encontradas importantes quantidades de enxofre na superfície de Mercúrio. A descoberta sugere que a sua origem pode ter sido diferente da dos planetas rochosos como o nosso.
Segundo os cientistas, a presença de enxofre na superfície significa que havia gases ricos em enxofre saindo do planeta. Assim, os vulcões podem ter tido um papel importante na formação do planeta, modelando a sua superfície. Até agora pensava-se que a formação de Mercúrio era semelhante à da Terra. O fundo da cratera Lermontov é um pouco mais brilhante do que a superfície exterior e é liso com várias depressões de formato irregular.Estas características podem ser evidência de actividade vulcânica explosiva no chão da cratera. Lermontov aparece avermelhada vista a cores, sugerindo que tem uma composição diferente da superfície circundante - Crédito: NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Carnegie Institution of Washington
Os mapas topográficos do planeta e as medições do campo magnético (um dos grandes objectivos da missão) estão revelando novas pistas para conhecer os processos dinâmicos do interior de Mercúrio.
Surpreendeu os cientistas verificar que o campo magnético é assimétrico, embora não saibam ainda a razão. Mercúrio é o único planeta, além da Terra, a ter campo magnético. As linhas de campo magnético de Mercúrio são diferentes nos pólos norte e sul. O pólo sul está mais exposto a partículas carregadas vindas do espaço - Crédito: NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Carnegie Institution of Washington
Como consequência da assimetria, as linhas do campo magnético de Mercúrio são diferentes nos pólos norte e sul. Esta diferença implica que a região polar sul é muito mais exposta, do que a norte, a partículas carregadas, aquecidas e aceleradas pelas interacções entre o vento solar e a magnetosfera.
O impacto dessas partículas carregadas sobre a superfície de Mercúrio contribui tanto para a formação da ténue atmosfera do planeta como para a "erosão espacial" dos materiais de superfície.
A nave MESSENGER também permitiu aos cientistas saber a origem das explosões de partículas energéticas na magnetosfera de Mercúrio, e que já tinham sido detectadas, pela primeira vez, pela sonda Mariner 10, da Nasa, que passou por Mercúrio, em 1974 - resultam da interacção contínua do campo magnético de Mercúrio com o vento solar.
O altímetro laser da sonda tem feito o mapeamento sistemático da topografia do hemisfério norte de Mercúrio, revelando em detalhe a forma do planeta em grande escala e perfis de características geológicas. A região polar norte de Mercúrio, por exemplo, é uma vasta área de baixas elevações.
Fotografias de radar, obtidas a partir da Terra, revelaram depósitos em crateras nas proximidades dos pólos. Admitiu-se a hipótese dos depósitos poderem ser de gelo de água e outras substâncias preservados no frio, no fundo de crateras permanentemente sombrias. Os dados recolhidos até agora mostram que as crateras onde se encontram os depósitos parecem ser bastante profundas para confirmar que estão em zonas sempre na sombra. No entanto, não há qualquer informação sobre a presença de água em Mercúrio.
Mais informações sobre a missão MESSENGER
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