sábado, 3 de março de 2012

Detectado oxigénio numa atmosfera ténue de Dione, lua de Saturno

Dione, o mundo gelado de Saturno, onde se destacam falhas tectónicas e crateras, mostrando que já teve actividade geológica após a sua formação. A imagem foi captada pela sonda Cassini, em 24 de Dezembro de 2005, a cerca de 151.000 Km - Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute

A sonda Cassini da NASA detectou, pela primeira vez, iões de oxigénio molecular em torno de Dione, uma lua gelada de Saturno e as medições confirmam a presença de uma atmosfera ténue, conhecida como exosfera.
É uma atmosfera neutra extremamente fina, com cerca de 90.000 iões de oxigénio por metro cúbico de espaço, tão densa junto da superfície de Dione quanto a atmosfera terrestre a 480 Km de altitude. A sua descoberta vem descrita no jornal Geophysical Research Letters.
Já se sabe que, para além de Dione, também os anéis de Saturno e a lua Rhea são fontes de moléculas de oxigénio.
Para Robert Tokar, membro da equipa Cassini no Los Alamos National Laboratory, Los Alamos, NM, e principal autor do estudo, este facto "mostra que o oxigénio molecular é realmente comum no sistema de Saturno e reforça a ideia que ele pode formar-se num processo que não envolve a vida."
"O Oxigénio de Dione parece derivar do bombardeamento da superfície de água gelada da lua tanto por fótões solares como partículas energéticas do espaço, libertando-se moléculas de oxigénio, disse o investigador. No entanto, os cientistas continuam procurando outras explicações para a presença do oxigénio, incluindo processos geológicos.
A Terra, Vénus, Marte e Titã, a maior lua de Saturno, são planetas rochosos com atmosferas, embora mais densas do que aquela encontrada em Dione. Cassini também encontrou uma exosfera fina envolvendo Rhea, em 2010, e muito semelhante à de Dione. A densidade de oxigénio nas superfícies destas duas luas de Saturno é cerca de 5 triliões de vezes menor do que na superfície da Terra.
Antes desta descoberta do oxigénio molecular de Dione, os cientistas já suspeitavam da sua existência, porque o Telescópio Espacial Hubble já tinha detectado ozono. O oxigénio foi detectado no sobrevoo da Cassini, em 7 de Abril de 2010, a 503 Km da superfície da lua.
Estão a ser analisados outros dados recolhidos pela Cassini, num sobrevoo muito próximo, em 12 de Dezembro de 2011, tentando descobrir outras moléculas da exosfera de Dione.
Fonte: NASA

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