terça-feira, 6 de março de 2012

89% da população mundial já tem acesso a água potável

Apenas 61% das pessoas na África subsariana têm acesso a fontes melhoradas de abastecimento de água. Mais de 40% de todas as pessoas que carecem de água potável à escala global, vivem na África subsariana - Fonte imagem: wikipédia

Entre 1990 e 2010, mais de dois mil milhões de pessoas passaram a ter acesso a fontes de água melhoradas, permitindo alcançar a meta do Objectivo de Desenvolvimento do Milénio (ODM) de reduzir para metade o número de pessoas no mundo sem acesso a água potável segura, segundo um relatório da Unicef (Fundo da ONU para as Crianças) e da OMS (Organização Mundial de Saúde) divulgado hoje. A meta, que deveria ser cumprida até 2015, foi alcançada investindo na melhoria do abastecimento canalizado e na protecção de poços.
O relatório, Progress on Drinking Water and Sanitation 2012 (pdf), refere que, no final de 2010, 89% da população mundial, ou seja 6.1 mil milhões de pessoas, tiveram acesso a água potável, cerca de 1% acima dos 88% da meta do ODM. O relatório estima que, em 2015, 92% da população global terá acesso a água melhorada.
O Secretário-geral da ONU Ban Ki-moon afirmou que este é "um marco importante para o mundo", pois é um dos primeiros Objectivos de Desenvolvimento do Milénio a serem alcançados. “Os esforços para aumentar o acesso a água potável demonstram que os objectivos [que a comunidade internacional definiu em 2000 para reduzir a pobreza até 2015] não são um sonho, mas uma ferramenta vital para melhorar a vida de milhões de pessoas”.
“Estas notícias são especialmente boas para as crianças,” afirmou o Director Executivo da UNICEF, Anthony Lake. “Todos os dias mais de 3.000 crianças morrem de desidratação causada por diarreias. Alcançar este objectivo contribuirá para salvar a vida de muitas crianças.”
O responsável da Unicef salientou, ainda, que pelo menos 11% da população mundial – 783 milhões de pessoas – continuam a não ter acesso a água potável segura, e milhares de milhões de pessoas continuam sem ter acesso a meios de saneamento.
O relatório realça que o mundo ainda está longe de poder alcançar a meta ODM para o saneamento, e é pouco provável que se consiga até 2015. Só 63% da população mundial tem agora acesso a saneamento melhorado (em 1990 era de 49%), e estima-se que pode aumentar apenas para 67% até 2015, muito abaixo dos 75% pretendidos pelos ODM. Actualmente 2.5 mil milhões de pessoas continuam sem ter acesso a saneamento melhorado.
“Melhor água, saneamento e higiene são cruciais para promover a saúde humana e o desenvolvimento,” afirmou a Directora-geral da OMS, Drª Margaret Chan. “Actualmente, mesmo com estes progressos animadores, quase dez por cento de todas as doenças continuam ligadas à fraca qualidade da água, do saneamento e da higiene."
O relatório sublinha que ainda há muito por fazer e alerta para "as enormes disparidades" no acesso à água de boa qualidade entre regiões e países, e também no seio de vários países. Apenas 61% das pessoas na África subsariana têm acesso a fontes melhoradas de abastecimento de água, em comparação com 90% ou mais na América Latina e Caraíbas, Norte de África, e grandes áreas na Ásia. Mais de 40% de todas as pessoas que carecem de água potável à escala global, vivem na África subsariana.
Em Setembro de 2000, os líderes mundiais adoptaram a Declaração do Milénio (pdf), que incluiu oito grandes metas a alcançar, relativas a: pobreza e fome, ensino primário universal, igualdade de género, mortalidade infantil, saúde materna, doenças graves, sustentabilidade ambiental e parceria global para o desenvolvimento.


“Alcançámos uma meta importante, mas não podemos ficar por aqui”, afirmou o Secretário-geral. “O nosso próximo passo deve ser chegar às pessoas que são mais difíceis de alcançar, os mais pobres e mais desfavorecidos. A Assembleia-geral das Nações Unidas já reconheceu a água potável e o saneamento como direitos humanos, o que significa que temos de assegurar que todas as pessoas tenham acesso aos mesmos.”
Fonte: Comunicado de imprensa conjunto da Unicef e OMS (pdf) via Publico.pt

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