segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Medusas afectam a pesca e o turismo

As medusas, também conhecidas por mães d'água, águas-vivas ou alforrecas (Portugal), vivem quase todas nos oceanos, como componentes do zooplâncton.
A espécie Pelagia noctiluca, com distribuição nos oceanos Atlântico e Mediterrâneo, ocupa preferencialmente habitats pelágicos (mar alto) mas pode formar verdadeiros "enxames" e chegar até à costa e provocar vários problemas em zonas balneárias turísticas, como acontece na costa espanhola, no Mar Mediterrâneo, devido aos seus tentáculos com células urticantes. Normalmente aparecem no verão, no entanto a alteração da temperatura das águas faz com que, cada vez mais, elas também surjam no inverno.

Medusa Pelagia noctiluca - Fonte wikipédia (Hans Hillewaert)

Um estudo realizado durante 50 anos, por uma equipa internacional em que participou o Centro Oceanográfico de Baleares do Instituto Espanhol de Oceanografia (IEO), confirma que a proliferação da medusa Pelagia noctiluca é cada vez maior, no verão e no inverno. São apontadas como causas, entre outras, a sobrepesca que elimina muitos dos predadores da medusa, as alterações climáticas e o consequente aquecimento actual da água do mar que favorece o seu ciclo de vida.
O estudo, publicado na revista Biology Letters, demonstra que durante os invernos mais temperados as águas do Mediterrâneo também são menos frias e com condições adequadas para a medusa Pelagia noctiluca, que prolifera na costa espanhola onde há mais alimento. O aumento de medusas durante o ano afecta directamente as pescas, a aquacultura e o turismo especialmente no verão, com implicações sócio-económicas. As medusas são predadores vorazes que se alimentam de larvas de peixes e competem pelo alimento com outros organismos do zooplâncton, alterando profundamente os ecossistemas marinhos.
Mais informações em El Mundo.es

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