Lagartixa Podarcis erhardii das Ilhas do Mar Egeu - Fonte: wikipédia
Após a última glaciação o clima aqueceu, fazendo elevar o nível médio das águas do mar, transformando parte do antigo continente grego em dezenas de ilhas no Mar Egeu. Ao mesmo tempo as zonas florestais frias e húmidas deram lugar a zonas mais quentes e áridas.
Ilhas gregas do Mar Egeu - Crédito: NASA/GSFC/LaRC/JPL, MISR Team.
Para compreender as consequências das alterações climáticas passadas, Johannes Foufopoulos e os colegas calcularam as taxas de extinção da população de 35 espécies de répteis – lagartos, cobras e tartarugas – em 87 ilhas gregas, no Mar Mediterrânico. Os investigadores descobriram um padrão nas extinções nas ilhas. Na maioria dos casos, os répteis desapareceram primeiro nas ilhas pequenas, onde as condições de habitat eram mais limitadas. Foram especialmente atingidos os répteis especializados num determinado habitat e aqueles que viviam em zonas mais frescas e húmidas.
De acordo com estes resultados, os cientistas concluiram que um padrão semelhante de extinções vai emergir em vários locais por todo o mundo, à medida que as temperaturas aumentarem nas próximas décadas e séculos. Além de terem de se adaptar à mudança do clima, as plantas e os animais vão ter um habitat natural cada vez mais fragmentado.
A desflorestação, o desenvolvimento urbano e das terras agrícolas cada vez mais fragmentam e isolam pequenos pedaços de habitat natural, tal como as ilhas do mar Egeu ficaram cercadas por mares há milhares de anos atrás.
Para o pesquisador Foufopoulos, da Universidade de Michigan, "A cada vez maior fragmentação dos habitats naturais exacerba os efeitos das alterações climáticas e enfraquece a capacidade das espécies se adaptarem a novas condições".
"As lições que podemos aprender com as extinções de répteis sugerem que para as espécies sobreviverem às alterações climáticas, já em curso, teremos que criar mais áreas protegidas. Mas mais do que isso, essas áreas vão precisar de estar ligadas através de uma rede de corredores de habitat, para permitir a sua migração”.
Os resultados do estudo aparecem na edição de Janeiro da revista "The American Naturalist".
Mais informações em Público.pt e Universidade de Michigan (em inglês e espanhol)
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