sábado, 4 de dezembro de 2010

Formas de vida invulgares na Terra

A Terra continua a ser o único lugar do Universo conhecido que tem vida, por muito invulgar que possa parecer, como a  bactéria, recentemente descoberta, que é capaz de sobreviver com arsénio nas suas biomeléculas, um poderoso veneno para todos nós.
Esta bactéria é peculiar por sugerir que a vida também é possível com outros elementos essenciais, para além dos conhecidos fósforo, oxigénio, hidrogénio, enxofre, carbono e nitrogénio.

A bactéria GFAJ-1 cresce em arsénio - Crédito: NASA

A luta pela sobrevivência e adaptação aos diferentes habitats ajudou na explosão da maravilhosa biodiversidade terrestre, que tão maltratada está a ser. Pode dizer-se que existe vida em todos os locais, mesmo nos mais inesperados e inóspidos.
No final da década de 70, a cerca de 8 mil metros de profundidade, no Oceano Pacífico e junto às Ilhas Galápagos, uma equipa de cientistas encontrou uma espécie de chaminés expelindo "nuvens de fumo negro" e, à sua volta, havia um ecossistema de vida totalmente desconhecido. Até esse momento pensava-se que o Sol era a única fonte de energia de toda a vida na Terra. No entanto, os cientistas acabavam de descobrir vida sustentada pela própria Terra. Foi uma verdadeira surpresa encontrar formas de vida, prosperando junto a essas aberturas, totalmente isoladas da luz solar.

Fonte hidrotermal, fonte de vida no fundo dos oceanos - Fonte: wikipédia

Tinham sido descobertas as fontes ou chaminés hidrotermais, que ocorrem em regiões geologicamente activas no fundo do oceano e que, mais tarde, foram sendo encontradas também noutros oceanos do globo.
A água quente que jorra pelas aberturas é uma espécie de sopa de substâncias químicas, porque dissolve os minerais e outras substâncias químicas da rocha que atravessa. É a partir desses minerais que todo aquela vida obtem a sua energia, por uma processo designado por quimiossíntese e realizado por bactérias que sintetizam matéria orgânica a partir deles, permitindo que todos os organismos do ecossistema possam existir no fundo do oceano sem luz solar.


Nos sedimentos do fundo da bacia de Atalante, no Mar Mediterrâneo, a mais de 3 mil metros de profundidade, forarm encontrados três espécies de Loricifera,  microrganismos com menos de um milímetro de comprimento e que completam o seu ciclo de vida na ausência total de luz e oxigénio.

Spinoloricus nov. sp, um dos três Loricíferos encontrados (imagem microscópica)

São os primeiros organismos multicelulares conhecidos que vivem num ambiente livre de oxigénio, porque dependem de hidrogenossomas (ou organelos semelhantes) em vez de mitocôndria para produzir energia, o que os torna únicos no Reino Animal.

Elysia timida, lesma-do-mar fotossintética do Mediterrâneo - Fonte: wikipédia

As lesmas-do-mar fotossintéticas são os únicos animais conhecidos que apresentam uma notável capacidade de realizar a fotossíntese, uma função própria das plantas verdes. Para isso vivem associadas a algas-verdes das quais retiram os cloroplastos que incorporam nas próprias células e com os quais absorvem a energia solar para produzir o próprio alimento.

Link relacionado:
Lugares estranhos onde se pode encontrar vida na Terra (em inglês)

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