Quando a roda do robô Curiosity esmagou a rocha Tintina, ficou exposta uma superfície branca brilhante, revelando a presença de minerais hidratados - Crédito:NASA/JPL-Caltech/MSSS
Uma rocha esmagada pelas rodas do robô Curiosity surpreendeu os cientistas da missão. A rocha, baptizada Tintina, partiu-se e expôs uma brilhante superfície branca, uma rocha invulgar na superfície do Planeta Vermelho.
Segundo os cientistas, a cor clara indica a presença de minerais hidratados que se formaram quando a água corria através do local onde o robô pousou, em tempos mais antigos. A rocha Tintina oferece mais uma evidência da presença de água na área da Baía de Yellowknife, no interior da Cratera Gale.
A rocha foi analisada e os pesquisadores detectaram um sinal muito forte de hidratação, que corresponde a todo o material branco que se vê, isto é, água que está ligada à estrutura mineral das rochas - água do passado retida e preservada nos minerais hidratados. O sinal de hidratação não aparece em nenhum outro lugar da imagem.
Nesta mesma área de Tintina, algumas das rochas são atravessadas por veios claros e brilhantes, que mostram sinais de hidratação elevada. Isto significa que contêm minerais hidratados, que são diferentes dos minerais de argila na rocha circundante.
Os sinais de hidratação nos veios apontam para sulfato de cálcio hidratado e os cientistas pensam que o material branco brilhante de Tintina pode ser o mesmo dos veios claros das rochas.
Veios e nódulos claros e brilhantes visíveis num pedaço de rocha sedimentar, de nome Knorr. Imagem obtida pelo robô Curiosity na Baía de Yellowknife, uma área da Cratera Gale perto do local onde o Curiosity encontrou evidências de um ambiente favorável a vida microbiana, em tempos mais antigos de Marte - Crédito:NASA/JPL-Caltech/MSSS
Tintina foi descoberta na Baía de Yellowknife, onde a semana passada se encontraram azoto, hidrogénio, oxigénio, fósforo e carbono numa rocha pulverizada pelo robô, que são ingredientes essenciais para a vida que se conhece. Também se descobriram rochas argilosas, formadas ou alteradas pela água.
De acordo com o cientista da NASA John Grotzinger, a Cratera Gale é o primeiro ambiente encontrado no planeta que pode ser verdadeiramente habitável. "É a primeira vez que fomos capazes de demonstrar, com diferentes medições, que a Cratera Gale foi um ambiente viável para a vida e habitável".
Acredita-se que essas rochas com hidratos pertenciam a um lago que atravessou a cratera e erodiu a região. O robô Curiosity já tinha descoberto nas proximidades um antigo leito de rio, onde a água fluiu na Cratera Gale. Fonte: NASA
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