Terramoto de Tohoku do Japão, detectado no espaço pelo satélite GOCE, da ESA, através das ondas sonoras que ele produziu - Crédito:ESA/IRAP/CNES/TU Delft/HTG/Planetary Visions
Na segunda-feira (11 de Março), o Japão recorda as 20.000 pessoas que morreram no grande terramoto e tsunami que devastou a costa nordeste, há dois anos. Foi tão grande que os seus efeitos foram sentidos no espaço.
Cientistas descobriram que o satélite GOCE, da Agência Espacial Europeia (ESA), também sentiu o terramoto de Tohoku no espaço e, pela primeira vez, detectou as ondas sonoras que ele provocou enquanto se propagou.
Os terramotos criam ondas sísmicas que se propagam através do interior da Terra, mas os grandes terramotos também fazem vibrar a superfície do planeta como se fosse um tambor, o que produz ondas sonoras que se deslocam para cima, através da atmosfera.
O tamanho das ondas aumenta a partir da superfície, desde centímetros até quilómetros em altitudes de 200-300 quilómetros. Aqui, chegam apenas sons de baixa frequência que causam movimentos verticais que expandem e contraem a atmosfera através da aceleração de partículas de ar.
O satélite GOCE foi lançado em 2009 e está a mapear a gravidade da Terra com grande precisão, orbitando a menor altitude que os satélites de observação terrestre, a menos de 270 Km, mas onde encontra ainda a resistência do ar no final da atmosfera.
Quando o satélite passa através das ondas sonoras do terramoto, ele detecta os deslocamentos verticais da atmosfera envolvente, de um modo semelhante aos sismómetros na superfície da Terra. GOCE surge, assim, como o primeiro sismómetro no espaço, em órbita do nosso planeta. É mais uma ferramenta de ajuda aos sismólogos, que agora também já podem olhar para o céu para melhor entenderem o que se passa debaixo dos seus pés.
Fonte: ESA e Europapress.es
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