segunda-feira, 11 de março de 2013

Mais cinco espécies de tubarões poderão ficar mais protegidas

O tubarão-de-pontas-brancas-oceânico (Carcharhinus longimanus), extremamente raro, é uma das cinco espécies a proteger, regulando o seu comércio. Esta e outras espécies de tubarão estão ameaçadas pela sobrepesca, com a crescente procura de barbatanas para sopa - Crédito: wikipédia

Cinco espécies de tubarão em perigo, mas com valor comercial, podem vir a receber mais protecção, segundo uma decisão tomada esta segunda-feira na conferência internacional em Banguecoque, Tailândia.
A decisão, tomada por maioria de dois terços, foi saudada pelos activistas do ambiente como histórica e um grande avanço para a conservação marinha.
Se a decisão for aprovada no plenário final da conferência da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Selvagens (Cites, na sigla em inglês), as cinco espécies – o tubarão-de-pontas-brancas-oceânico (Carcharhinus longimanus), o tubarão-sardo (Lamna nasus) e os tubarões-martelo recortado (Sphyrna lewini), gigante(Sphyrna mokarran) e liso (Sphyrna zygaena) – passarão a integrar o anexo II da Cites, a lista de espécies não necessariamente ameaçadas, mas cujo comércio precisa ser controlado, para que não corram perigo de extinção.
Actualmente, apenas o tubarão-branco, o tubarão-baleia e o tubarão-frade fazem parte do Anexo II da Cites.
China, Japão e os países da Ásia, os maiores consumidores, estão contra a alteração do estatuto de protecção dos tubarões. Mas muitos países do Oeste Africano, que viram a pesca de tubarão das suas águas destruída por outros países, votaram a favor das restrições. A promessa de ajuda aos países mais pobres na alteração das suas práticas de pesca, sobretudo por parte da União Europeia, também contribuiu para a decisão a favor dos tubarões na reunião da Cites.
Os tubarões estão seriamente ameaçadas pela sobrepesca. Um estudo recente afirma que cerca de 100 milhões de indivíduos são mortos todos os anos. A procura de barbatanas de tubarão tem crescido nos últimos anos. Mais da metade dos animais é atirada ao mar, depois de cortadas as barbatanas, uma prática (shark finning) que já foi proibida na União Europeia e em mais alguns países.

Japão, China e países da Ásia são os maiores consumidores de barbatanas de tubarão em sopa, o que leva à pesca excessiva de muitas espécies de tubarão, algumas já criticamente ameaçadas - Crédito: wikipédia

Em Portugal, as medidas adoptadas terão pouco impacto para a pesca dos tubarões no país - cerca de 1800 toneladas por ano, em média -, de acordo com Nuno Queiroz, investigador da Universidade do Porto e presidente da Associação Portuguesa para o Estudo e Conservação de Elasmobrânquios.
As espécies mais capturadas pela frota portuguesa são o tubarão-azul e o anequim, apanhados na pesca direccionada a outras espécies. Os tubarões-martelo e o tubarão-sardo são apanhados ocasionalmente, mas a sua pesca já está regulamentada.
O tubarão-de-ponta-brancas-oceânico já é uma espécie tão rara, e pouco é apanhado. Está considerada “criticamente ameaçada” de extinção em partes do Atlântico e “vulnerável” no resto do mundo, segundo a classificação da União Internacional para a Conservação da Natureza.
Fonte: BBC news e Publico.pt

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