Nesta imagem da rocha chamada 'Knorr," o código de cores mapeia a quantidade de minerais hidratados indicada por índices de brilho medidos pela câmera de mastro do Curiosity (Mastcam). O vermelho indica um sinal mais elevado de hidratação. O mapa mostra que os sinais mais fortes para a hidratação estão associados a veios de tons claros distribuídos na rocha. A imagem e os dados para avaliar a hidratação da rocha resultam de uma observação da Mastcam, em 20 de Dezembro de 2012 - Crédito: NASA / JPL-Caltech / MSSS / ASU
A semana passada, a equipa de cientistas que trabalha com o robô Curiosity anunciou que a análise do pó extraído de uma rocha sedimentar perfurada, em Marte, indica condições ambientais favoráveis à vida microbiana no passado do planeta vermelho. Nesta segunda-feira (18 de Março), a mesma equipa sugere que essas condições se verificam para além do local da perfuração.
O robô Curiosity detectou evidências de minerais hidratados nas rochas perto onde ele já havia encontrado minerais de argila no interior da rocha perfurada.
Os pesquisadores usaram imagens em infravermelo de uma câmara do robô (MastCam) e um instrumento que dispara neutrões para o chão, Dynamic Albedo of Neutrons (DAN), para procurar hidrogénio, e encontraram mais hidratação de minerais nas rochas perto dos locais ricos em argila do que noutras áreas que o Curiosity visitou anteriormente.
A câmara do mastro do robô (Mastcam) também pode servir como ferramenta de detecção de um mineral e detecção de hidratação, informou Jim Bell da Universidade do Estado de Arizona, Tempe. "Algumas rochas contendo ferro e minerais podem ser detectadas e mapeadas usando a Mastcam com filtros de infravermelho próximo."
Índices de brilho, em diferentes comprimentos de onda do infravermelho próximo da MastCam, podem indicar a presença de alguns minerais hidratados. A técnica foi utilizada para analisar rochas na Baía de Yellowknife, onde o robô colheu a sua primeira amostra de rocha pulverizada. Algumas dessas rochas são atravessadas por veios claros, onde o robô detectou minerais hidratados.
"Com Mastcam, vemos sinais elevados de hidratação nos veios estreitos que cortam muitas das rochas nesta área", disse Melissa Rice, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, em Pasadena. "Estes veios claros contêm minerais hidratados, que são diferentes dos minerais de argila da rocha circundante."
"A câmara Mastcam está a ver água que está ligada à estrutura mineral das rochas Esta água vem de uma época anterior húmida e agora está presa e preservada nestes minerais hidratados."
Os cientistas foram capazes de detectar as variações na quantidade de minerais hidratados em diferentes locais, assim como entre as diferentes camadas da superfície do planeta Marte.
Auto-retrato do robô Curiosity e localização da rocha Knorr, na Baía de Yellowknife, no interior da Cratera Gale, em Marte. Os cientistas usaram a câmara do mastro do Curiosity (Mastcam) para estudar as características espectrais de Knorr. As imagens para esta composição foram tiradas pela câmara MAHLI, em 3 de Fevereiro de 2013- Crédito:NASA/JPL-Caltech/MSSS
Segundo o comunicado da NASA, a composição elementar da rocha pulverizada pelo Curiosity é a composição de basalto - com as proporções de basalto em silício, alumínio, magnésio e ferro. A rocha mais comum em Marte é basalto. É uma rocha ígnea, mas pensa-se que é o material de origem da rocha sedimentar que o robô analisou.
Na Baía de Yellowknife, provavelmente, as rochas sedimentares formaram-se por fragmentação das rochas basálticas originais, e os detritos foram transportados, depositados como partículas sedimentares, e os seus minerais alterados por exposição à água.
O robô Curiosity, da missão Mars Science Laboratory, pousou em Marte em Agosto de 2012, com o objectivo de descobrir, em dois anos, se o planeta vermelho foi favorável à vida microbiana no seu passado. O robô cumpriu a sua missão principal em sete meses. Agora, resta saber se essa vida alguma vez existiu.
Fonte: NASA
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