terça-feira, 8 de maio de 2012

Luz de um exoplaneta "Super-Terra" detectada pela primeira vez

O Telescópio Espacial Spitzer detectou a luz directa emanada de uma super-Terra pela primeira vez, usando a sua visão infravermelha. A super-Terra é mais massiva que a Terra, mas mais leve do que os gigantes gasosos como Neptuno. Nesta ilustração, em luz visível na parte superior, o planeta fica 'perdido' no brilho da sua estrela. Quando visto em infravermelho, o planeta fica mais brilhante em relação à sua estrela (em baixo),  principalmente porque o calor escaldante do planeta brilha em luz infravermelha - Crédito: NASA/JPL-Caltech

O Telescópio Espacial Spitzer, da NASA, detectou luz vinda de uma super-Terra fora do nosso Sistema Solar pela primeira vez. O planeta não é habitável, mas a detecção da luz é um passo histórico na procura de sinais de vida noutros planetas.
O exoplaneta, de nome 55 Cancri e, é uma super-Terra pois é mais massivo que o nosso planeta, mas mais leve do que planetas gigantes como Neptuno. É duas vezes maior e com oito vezes mais massa que a Terra, orbitando a brilhante estrela 55 Cancri, durante 18 horas.
55 Cancri e já tinha sido analisado anteriormente, recorrendo ao método de transição, isto é, analisando como variou a luz da estrela mãe, quando o planeta passou na sua frente.
No novo estudo, o telescópio Spitzer mediu a quantidade de luz infravermelha emanada do próprio planeta. Os resultados indicam que o planeta provavelmente é escuro, e com temperatura elevada no lado voltado para a estrela, maior que 2,000 Kelvin (3.140 graus Fahrenheit), o suficiente para derreter metal.

 
O gráfico do vídeo mostra como a luz infravermelha do sistema de Cancri 55, a estrela e o planeta, mudou quando o planeta passou por detrás da sua estrela, o que se chama de ocultação. Quando o planeta desaparece, a luz total diminui, e depois aumenta para os níveis normais quando o planeta reaparece do outro lado. O abaixamento indica a quantidade de luz que veio directamente do próprio planeta. Este tipo de informação é importante para estudar as temperaturas e composição das atmosferas de exoplanetas - Crédito: NASA

As novas informações são consistentes com explicações anteriores de que 55 Cancri e é um planeta de água, com um núcleo rochoso coberto por uma camada de água - onde há líquido e gás - e envolto num manto de vapor.
"Poderia ser muito semelhante a Neptuno, se ele fosse empurrado em direcção ao nosso Sol e a atmosfera começasse a evaporar", disse Michael Gillon da Universidade de Liège, na Bélgica e principal investigador da pesquisa publicada no Astrophysical Journal por Brice-Olivier Demory do Massachusetts Institute of Technology, em Cambridge.
O sistema estelar 55 Cancri está localizado a 41 anos-luz de distância. Tem cinco planetas, estando 55 Cancri e mais próximo da estrela, bloqueado por forças de maré, por isso volta sempre o mesmo lado para a estrela e que é, por isso, extremamente quente. Isto pode indicar que o planeta provavelmente não tem uma atmosfera suficiente para transportar o calor que recebe para o outro lado.
O Telescópio Espacial James Webb, da NASA, cujo lançamento está programado para 2018, tem características que permitirão estudar melhor a composição do planeta e procurar sinais de moléculas, possivelmente relacionados com a vida, noutros planetas potencialmente habitáveis.
O telescópio Spitzer foi o primeiro a detectar, em 2005, a luz infravermelha de um exoplaneta, do tipo "hot Jupiter" (Júpiter quente), um planeta gasoso muito maior do que Cancri 55 e.
Fonte: NASA

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