sábado, 12 de maio de 2012

O Sol está a mover-se mais devagar do que se pensava

As estrelas deslocam-se através da galáxia, rodeadas por uma bolha de gás carregado e campos magnéticos, chamada astroesfera ou helioesfera, no caso do Sol. Esta imagem mostra alguns exemplos de astroesferas que são muito fortes, são visíveis e apresentam onda de choque -  Crédito: NASA / Goddard Space Flight Center

Os novos dados divulgados pelo satélite Interstellar Boundary Explorer (IBEX), da NASA, indicam que o Sol está a mover-se na Via Láctea mais devagar do que se pensava.
Desde os anos de 1980, os cientistas de um modo geral aceitavam que a heliosfera - a bolha de gás e campos magnéticos gerados pelo Sol - se move através do espaço, criando três níveis de limites distintos que culminam numa onda de shock à frente, tal como o estrondo sonoro criado à frente de um jacto supersónico ou as ondas criadas na frente da proa de um barco deslocando-se velozmente na água.
A Terra também tem uma dessas ondas de choque no lado do seu campo magnético voltado para o Sol, assim como outros planetas e estrelas. No entanto, os novos dados do satélite IBEX revelam que o sol não tem onda de choque, precisamente aquela que resultaria do movimento da heliosfera através do material galáctico local.
Utilizando os dados colhidos pelo satélite Ibex, sondas gémeas Voyager e modelos de computador, os cientistas mostraram que a heliosfera não está a mover-se suficientemente rápido para criar uma onda de choque na parte da Via Láctea onde estamos localizados. Os resultados foram publicados online na revista Science Express, em 10 de Maio de 2012.
A partir dos dados do satélite IBEX, os cientistas calcularam que o Sol se move a cerca de 83.700 Km por hora, mais lento cerca de 11.000 Km por hora do que se pensava. "Isso pode não parecer uma grande diferença, mas traduz uma pressão inferior exercida sobre os limites da heliosfera, o que significa que há uma interacção muito diferente, uma interacção muito mais fraca, do que se pensava", diz David McComas, do Southwest Research Institute em San Antonio, Texas, autor principal do estudo publicado e principal investigador da missão IBEX.
A descoberta sugere que a barreira protectora que separa o nosso Sistema Solar do resto da galáxia - a heliosfera - não tem onda de choque, um componente estrutural importante para controlar a entrada de raios cósmicos de alta energia. Esta ausência obriga a refazer todos os modelos do Sistema Solar e teorias que incluíam, até agora, onda de choque, assim como a verificar como isso pode afectar a entrada dos raios cósmicos na atmosfera terrestre.
Fonte: NASA

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