quinta-feira, 10 de maio de 2012

Mexilhão africano encontrado pela primeira vez no Algarve

Mexilhão castanho (Perna perna), nativo da África e que foi descoberto nas costas do Algarve, pela primeira vez - Fonte: wikipédia

Foi descoberto no Algarve, pela primeira vez, o mexilhão castanho da espécie Perna perna, nativa de África. Os animais foram detectados, em Julho de 2011, pela investigadora Carla Lourenço, do Centro de Ciências do Mar (CCMAR), na zona de Vilamoura e Ilha do Farol. Pela primeira vez, este mexilhão foi encontrado nas zonas costeiras Atlânticas que banham o continente europeu.
O estudo foi publicado em Abril, na revista Marine Biodiversity Records.
O mexilhão castanho, do continente africano, distingue-se da espécie mediterrânica Mytilus galloprovincialis, mais abundante nas águas portuguesas, pela sua cor castanha e também pela forma das conchas. O comportamento em emersão também é diferente, a espécie Perna perna tende a abrir e fechar as valvas, enquanto que a espécie Mytilus galloprovincialis as mantém fechadas.

Mexilhão da espécie mediterrânica Mytilus galloprovincialis, mais abundante nas águas portuguesas - Fonte: wikipédia

O mexilhão castanho é uma espécie comercializada e bastante abundante em África, desde Moçambique até False Bay na África do Sul, e estendendo-se para o Mar Mediterrâneo, exclusivamente no lado africano. Está também presente em Omã, Sri Lanka e Sul da Índia, tendo sido introduzida no continente Americano.
Nas populações portuguesas agora descobertas, os indivíduos da espécie P.perna apresentam "baixa densidade" e dispersos por entre aglomerados de M. galloprovincialis, onde as condições ecológicas são menos favoráveis.
Os autores do estudo do CCMAR sugerem que "tendo em conta o aquecimento global e o aumento da temperatura da superfície do mar, a espécie terá expandido a sua distribuição para o continente Europeu a partir do anterior limite norte da sua distribuição africana na zona costeira de Marrocos."
A espécie de mexilhão africano será monitorizada para compreender o seu impacto nas costas portuguesas.
Fonte: Universidade do Algarve

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