segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Espécies exóticas invasoras são um problema crescente para o ambiente e a saúde da Europa

Vespa asiática ou velutina (Vespa velutina nigotorax) inicia o ninho, na primavera. Esta espécie mata as abelhas na colmeia e come-as. Chegou a Portugal em 2011 - Crédito imagem: wikipédia

De acordo com dois relatórios publicados pela Agência Europeia do Ambiente (AEA), o número de espécies exóticas invasoras está a crescer na Europa e pode provocar danos nas espécies autóctones, para além de poder prejudicar também a saúde humana.
Estas espécies exóticas constituem também uma grande ameaça à biodiversidade. Das 395 espécies nativas da Europa que estão classificadas como "criticamente em risco de extinção" na Lista Vermelha das espécies ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais, 110 estão nessa situação devido às espécies invasoras.
Para os seres humanos, um dos efeitos mais perigosos das espécies exóticas invasoras é serem portadoras de doenças. É o caso do mosquito-tigre, acusado de transmitir 20 doenças diferentes, como a febre amarela e a febre chikungunya, ou plantas como a ambrósia-gigante, que potencia alergias como a febre-dos-fenos, duas das espécies estudadas pela AEA.
Os estudos da Agência Europeia do Ambiente ajudam a conhecer melhor as espécies invasoras e os impactos que podem causar na biodiversidade, saúde e economias europeias, fornecendo pistas para o seu controlo.
Uma espécie exótica é um organismo que foi introduzido – acidentalmente ou não – por humanos, fora do seu habitat anterior. Ele é "invasor" quando tem efeitos negativos no novo ambiente, por exemplo, pode competir com espécies nativas levando-as até à destruição.

O mosquito Aedes albopictus, ou 'tigre asiático', chegou da Ásia e instalou-se no sul da Europa, provocando um surto da febre chikungunya, no norte de Itália, em 2007 - Crédito imagem: wikipédia

Existem actualmente mais de 10 mil espécies exóticas presentes na Europa. Pelo menos 15 por cento delas têm um impacto ecológico e económico negativo. No entanto, algumas dessas espécies não nativas também trouxeram muitos benefícios, como certas culturas alimentares. O caso mais conhecido é o da batata, originária do outro lado do oceano, mas que mudou os hábitos alimentares dos europeus.
Muitas das espécies exóticas transformam-se em pragas altamente destrutivas. De acordo com os relatórios, os danos podem ser significativos. Estima-se que as espécies invasoras causam prejuízos na Europa na ordem dos 12 mil milhões de euros por ano. Espécies como a lesma-espanhola, que se encontra actualmente na maioria dos países europeus, podem devastar plantações.

A lesma-espanhola, Arion vulgaris, destrói culturas agrícolas - Crédito imagem: wikipédia

Outras espécies, como o mexilhão-zebra, natural da Rússia, chegou à Europa em cascos de navios ou por expansão natural através das vias fluviais que o homem vai ligando com obras de engenharia. Acumula-se em canos e outras infra-estruturas, bloqueando-as, como aconteceu com o reservatório de água para arrefecimento de Tchernobil.
A maior parte das espécies exóticas são introduzidas através da horticultura, enquanto outras podem ser levadas para novas áreas por outras razões, incluindo a agricultura, caça e pesca, ou como animais de estimação, segundo a pesquisa.

A Eichhornia, vulgarmente conhecida por jacinto-de-água, é um género originário da Bacia Amazónica, América do Sul. Ela é considerada uma das piores espécies invasores. Na Europa, ela está em Portugal, Itália e Espanha. Em Portugal, esta espécie prolifera no centro do país e em Espanha ela está presente na bacia do Guadiana - Crédito imagem: wikipédia

Em Portugal, duas espécies exóticas estão a causar preocupação. O escaravelho-vermelho-das-palmeiras, que seca as árvores até definharem, e já há bastantes casos no país. A outra espécie é também um insecto muito prejudicial em vários países da Europa, é a vespa-asiática que mata as abelhas nas colmeias, eliminando os enxames.
As acácias, o jacinto-de-água ou o lagostim-do-luisiana são casos graves de exóticas no nosso país, no entanto, a maioria das 28 espécies agora estudadas pela Agência Europeia do Ambiente afecta sobretudo o resto da Europa.
O aumento do comércio e do turismo nas últimas décadas, pode ter levado a um número crescente de espécies exóticas na Europa, uma tendência agravada pelas alterações climáticas que podem tornar algumas áreas mais favoráveis ​​para as plantas e animais originalmente de outros lugares.
Fonte: Ciência Hoje / Publico.pt / Comunicado da AEA

Link relacionado:
Vespa asiática chegou a Portugal e não deixa as abelhas sair das colmeias
Autoridades espanholas não conseguem erradicar o jacinto-de-água do rio Guadiana

1 comentário:

Anónimo disse...

Leitura gratuita dos e-books dos volumes do livro "Plantas exóticas e exóticas invasoras da Caatinga"

Vol. 1 - http://www.bookess.com/read/15607-plantas-exoticas-e-exoticas-invasoras-da-caatinga-vol-1/

Vol. 2 - http://www.bookess.com/read/17015-plantas-exoticas-e-exoticas-invasoras-da-caatinga-vol-2/

Website - http://jrfabricante.wix.com/invasoras