Ilustração do impacto de um grande objecto espacial com a Terra - Crédito: wikimédia commons
Cada vez se acredita mais que o impacto de um asteróide ou cometa, com alguns quilómetros de diâmetro, devastou os ecossistemas da Terra há milhões de anos, e vitimou boa parte dos seres vivos da época, incluindo os dinossauros e outros répteis gigantes.
Utilizando uma técnica de datação de alta resolução, cientistas do Centro de Geocronologia da Universidade de Berkley, na Califórnia, e de universidades holandesas e britânicas conseguiram determinar com mais precisão as datas de extinção dos dinossauros e do impacto do asteróide ou cometa, que ocorreu por volta do mesmo período.
O evento aconteceu no norte da província Yucatán, no México, e é conhecido por impacto de Chicxulub, nome de uma pequena cidade mexicana perto do local, no mar, onde caiu o objecto espacial.
Os resultados obtidos, publicados na revista Science, mostram que as datas estão tão próximas, que os pesquisadores acreditam que o corpo espacial que atingiu a Terra, se não foi totalmente responsável pela extinção a nível mundial, pelo menos deu o golpe final nos dinossauros.
A nova data do impacto, 66.038 mil anos atrás, é a mesma, dentro dos limites da margem de erro, daquela que é sugerida para a extinção em massa, ocorrida há cerca de 66.043 mil anos atrás. A descoberta esclarece as dúvidas existentes sobre se o impacto ocorreu, de facto, antes ou após a extinção, caracterizada pelo desaparecimento quase imediato de registos fósseis de dinossauros terrestres e muitas criaturas marinhas.
"Nós mostramos que esses eventos estão sincronizados e, portanto, o impacto claramente desempenhou um papel importante na extinção, mas, provavelmente, não foi apenas o impacto", declarou Paul Renne, chefe da equipa de investigação.
O físico americano Luis Walter Alvarez, vencedor do Prémio Nobel de Física de 1968, e o filho Walter Alvarez foram os primeiros a propor, em 1980, que os dinossauros teriam sido extintos devido ao impacto de um asteróide com a Terra.
A nova investigação sugere que o impacto de Chicxulub, na península de Yucatan, no México, é simultâneo com a extinção Cretáceo-Paleogeno, há cerca de 66 milhões de anos, que marcou a súbita extinção dos dinossauros, bem como a maior parte da vida existente então na Terra - Crédito: wikipédia
Como resultado desse choque, formou-se uma cratera de cerca de 180 Km de largura no mar, frente à costa de Yucatán, no México, supostamente escavada por um objecto com cerca de 10 Km de largura, e que lançou para a atmosfera restos que ainda se encontram em todo o mundo, como esferas vidrados ou Tektites, quartzo e uma fina camada de irídio. Este elemento é raro no planeta Terra, mas é encontrado com frequência em asteróides e cometas. São algumas das evidências que os cientistas utilizam para estudar a maior extinção em massa do Cretáceo-Paleogeno, incluindo os dinossauros.
No entanto, apesar da sincronização de datas, o investigador Paul Renne adverte que isso não significa que o impacto tenha sido a única causa do desaparecimento dos dinossauros. Alterações climáticas ao longo dos últimos milhões de anos, incluindo um longo período de frio no meio do ambiente de estufa do Cretáceo, provavelmente levou muitas criaturas à beira da extinção, e o impacto deu-lhes o golpe de misericórdia.
Fonte: Europapress
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