Ilustração do telescópio espacial Kepler, o "caçador de exoplanetas" - Crédito: NASA
Depois de realizar vários testes, a NASA anunciou esta quinta-feira que desistiu de tentar restaurar o pleno funcionamento do telescópio espacial Kepler. No entanto, ainda poderá ser utilizado em novas pesquisas científicas, dentro das suas condições actuais.
Desde que foi lançado para o espaço, em 2009, o Kepler tem por missão procurar planetas com condições parecidas às da Terra noutros sistemas solares. Mas, duas das quatro peças que permitem ao telescópio apontar com precisão para uma dada direcção e manter-se estável deixaram de funcionar – a primeira em Julho de 2012 e a segunda em Maio passado.
Falharam todas as tentativas de reparar pelo menos uma das peças avariadas e, por isso, o telescópio Kepler não pode executar a missão para que foi construído. E assim termina a busca de planetas como a Terra noutros sistemas solares.
Kepler completou a sua missão principal, em Novembro de 2012, estando em missão prolongada até 2016. No entanto, a nave espacial precisa pelo menos de três dessas peças essenciais (rodas de uma espécie de giroscópio) funcionando correctamente, para poder continuar a procurar exoplanetas do tamanho da Terra, orbitando estrelas como o nosso Sol, dentro da chamada zona habitável - região à volta da estrela onde a temperatura superficial do planeta permite a existência de água líquida.
“O Kepler fez descobertas extraordinárias, incluindo vários exoplanetas maiores do que a Terra situados na zona habitável”, afirma John Grunsfeld, director-geral adjunto da NASA responsável pelas missões científicas. “As descobertas mais interessantes virão nos próximos anos, com a análise de todos os dados”.
Os dados recolhidos pelo telescópio Kepler, nos primeiros dois anos da missão, permitiram confirmar 135 exoplanetas e identificar mais de 3.500 candidatos. Os cientistas continuam a analisar todos os dados obtidos nos quatro anos de funcionamento do telescópio, e esperam fazer ainda muitas novas descobertas, incluindo os tão esperados planetas do tamanho da Terra na zona habitável de estrelas como o Sol.
Ilustração do exoplaneta Kepler-62F, maior que a Terra e situado na zona habitável de uma estrela mais pequena e mais fria que o Sol, localizada a cerca de 1.200 anos-luz da Terra, na constelação de Lyra - Crédito: NASA Ames/JPL-Caltech
Embora o telescópio já não possa operar com a precisão única que ele tinha, os cientistas da missão Kepler também estão a investigar outro tipo de programa científico que o telescópio espacial possa realizar, potencialmente incluindo uma pesquisa de exoplanetas, usando os seus propulsores e as duas rodas que lhe restam em boas condições de funcionamento.
"No início de nossa missão, ninguém sabia se planetas semelhantes à Terra eram abundantes na galáxia. Se fossem raros, podíamos estar sozinhos", disse William Borucki, cientista principal da missão. "Agora, depois de terminarem as observações do Kepler, os dados recolhidos têm a resposta para a pergunta que inspirou a missão: As Terras na zona habitável de estrelas como o Sol são comuns ou raras?"
Fonte: NASA
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