O núcleo da Terra gira mais depressa do que o resto do planeta, mas não tão depressa como se pensava e está na origem do campo magnético terrestre que protege a biosfera.
Fonte: wikipédia
Investigações anteriores mostraram que o núcleo da Terra girava mais depressa do que o resto do planeta, estimando-se cerca de 1 grau "de avanço" por ano (em relação ao resto do planeta). De acordo com o artigo publicado na revista “Nature Geoscience”, o núcleo gira muito mais devagar, com o avanço acumulado de aproximadamente 1 grau a cada milhão de anos.
O núcleo interno cresce muito devagar ao longo do tempo, através da solidificação do fluído das camadas externas que se acumula à sua superfície. Durante este processo, uma diferença na velocidade nos hemisférios Este-Oeste do núcleo fica registada na sua estrutura . “Uma rotação mais rápida seria incompatível com a estrutura dos hemisférios que observámos no núcleo interno”, explicou Lauren Waszek, autor do estudo, em comunicado. “O nosso estudo é o primeiro em que os hemisférios e a rotação são compatíveis”, acrescentou.
Reprodução artística da magnetosfera terrestre (região à volta do planeta onde actua o campo magnético terrestre) - Fonte: wikipédia
Para obter estes resultados, os cientistas utilizaram ondas sísmicas que atravessaram o núcleo interno do planeta, 5200 quilómetros abaixo da superfície da Terra, e compararam-nas com o tempo de viagem das ondas reflectidas na superfície do núcleo.
Apesar de se encontrar a 5200 Km no interior da Terra, o efeito do núcleo interno é especialmente importante à superfície da Terra. À medida que o núcleo interno cresce, o calor que liberta durante a solidificação conduz a correntes de convecção do fluído nas camadas externas do núcleo. Estes fluxos de calor dão origem ao campos magnético que protege o planeta da radiação solar e sem o qual não haveria vida na Terra.
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