Nos países mais ricos, os consumidores dão demasiada importância ao aspecto estético dos alimentos, como a hortaliça e a fruta, rejeitando alimentos perfeitamente comestíveis - Crédito imagem: wikipédia
Segundo o relatório apresentado nesta quarta-feira (11 de Setembro de 2013) pela agência das Nações Unidas para a Alimentação (FAO), mais de 1.300 milhões de toneladas de alimentos produzidos em todo o mundo perdem-se ou são desperdiçados, com custos económicos anuais de 570 mil milhões de euros.
Para além das perdas económicas, o relatório adverte que este desperdício danifica gravemente os recursos naturais de que a humanidade depende para se alimentar. "Food Wastage Footprint: Impacts on Natural" (Pegada dos desperdícios alimentares: impactos nos Recursos Naturais") é o "primeiro estudo que analisa os efeitos do desperdício alimentar a nível mundial desde uma perspectiva ambiental, centrando-se especificamente nas consequências para o clima, o uso da água, do solo e da biodiversidade.
Anualmente, os alimentos produzidos e que não são consumidos utilizam um volume de água equivalente ao fluxo anual do rio Volga, na Rússia, para além de ocuparem 30% da terra cultivada em todo o mundo. Eles são responsáveis pela emissão de 3,3 mil milhões de toneladas de gases com efeito de estufa na atmosfera, de acordo com o relatório.
Para o director-geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva, “Não podemos simplesmente permitir que um terço de todos os alimentos que produzimos seja perdido ou desperdiçado devido a práticas inadequadas, quando 870 milhões de pessoas passam fome todos os dias”.
Pode ver uma animação sobre a pegada do desperdício de alimentos neste endereço.
O estudo assinala diversos pontos críticos do desperdício de alimentos. Os países ricos estragam mais na fase do consumo, enquanto os países em desenvolvimento desperdiçam durante a produção, revela a FAO. A agência chama a atenção para a importância do desperdício de enormes quantidades de vegetais nos países industrializados da Ásia - incluindo a China, o Japão e a Coreia do Sul - na Europa, onde também se estraga muita fruta, tal como na América Latina.
Juntamente com o estudo, a FAO publicou também um manual com recomendações específicas sobre como se pode reduzir as perdas e os desperdícios em cada uma das etapas da cadeia alimentar.
Fonte: Comunicado da FAO via Publico.pt
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