A imagem da esquerda mostra o coma e a cauda de Don Quixote - características dos cometas - tal como foram revelados em luz infravermelha pelo telescópio Spitzer. O coma aparece como um brilho ténue em torno do centro do corpo, causado pela poeira e gás. A cauda, que aparece mais claramente na imagem da direita, aponta para o lado direito de Don Quixote, na direcção oposta do sol. A imagem do lado direito representa uma etapa de processamento de imagem mais elaborada, em que o brilho do coma foi removido. As manchas brilhantes em torno Don Quixote são estrelas de fundo, e a barra horizontal cobre artefactos de imagem causados pelo processamento de imagem. - Crédito: NASA/JPL-Caltech/DLR/NAU
Durante 30 anos, os cientistas acreditaram que um grande objecto próximo à Terra (NEO), conhecido como 3552 Don Quixote, era um asteróide. Mas, usando o Telescópio Espacial Spitzer da NASA, astrónomos da Universidade de Northern Arizona descobriram que o terceiro maior corpo celeste que tem órbita entre o Sol e Júpiter é um cometa.
Os pesquisadores reexaminaram as imagens de Don Quixote desde 2009, quando ele estava na parte da órbita mais próxima do Sol, e observaram que ele tinha um coma ténue e uma cauda.
Os resultados mostram que Don Quixote não é um cometa morto, isto é, que perdeu a água e o dióxido de carbono do coma - nuvem gasosa que envolve o núcleo - e da cauda, restando uma rocha que se parece com um asteroide. Na realidade, Don Quixote é um cometa activo, com grandes depósitos de dióxido de carbono e, presumivelmente, gelo de água, com cerca de 18 Km de comprimento.
"Esta descoberta da emissão de dióxido de carbono a partir de Don Quixote exigia a sensibilidade e comprimentos de onda infravermelhos do telescópio Spitzer, e não teria sido possível usando telescópios em terra", disse Michael Mommert, que conduziu a pesquisa no Centro Aeroespacial Alemão, em Berlim, antes de ir para Northern Arizona University.
Esta descoberta implica que o dióxido de carbono e a água gelada também podem estar presentes noutros asteróides próximos da Terra, o que tem a ver com "a origem da água na Terra". Ao longo do tempo geológico, impactos com cometas semelhantes a Don Quixote podem ter sido a fonte de pelo menos uma parte dela. A quantidade de Don Quixote representa cerca de 100 biliões de toneladas de água - mais ou menos a mesma quantidade contida no Lago Tahoe, na Califórnia.
Fonte: NASA
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