segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Apreendidos ovos de papagaio, vindos do Brasil

Papagaio-de-cauda-curta, Graydidascalus brachyurus - wikipédia

Em Maio de 2013, no aeroporto da Portela, em Lisboa, foram apreendidos 61 ovos de papagaio que uma mulher, proveniente do Brasil, trazia à cintura. Os ovos estavam embrulhados em papel e enfiados em meias, o conjunto vinha enrolado à volta da cintura, por baixo da camisa.
O comércio ilegal de ovos é, actualmente, o principal negócio no contrabando de espécies vivas em Portugal. Mais tarde, depois da eclosão, as aves valem milhares de euros.
O transporte de ovos é uma forma de contrabando que já dura há uma década, uma maneira de contornar a dificuldade em transportar, às escondidas, aves vivas capturadas no seu habitat natural que, muitas vezes, não resistiam.
Descobriu-se que a temperatura do corpo humano é semelhante à da incubação dos ovos, por isso, manter os ovos junto à barriga era a melhor forma de os conservar vivos durante a viagem. Muitos deles acabam por eclodir já no destino final.
Foi o que aconteceu aos ovos apreendidos em Maio. A maior parte sobreviveu e são agora papagaios, a cargo de um parque zoológico. De acordo com o especialista João Loureiro, chefe da Divisão de Gestão de Espécies de Flora e Fauna do Instituto Nacional de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), são papagaios-de-cauda-curta, Graydidascalus brachyurus.
Ovos de outras espécies em perigo de extinção têm sido apreendidos noutras ocasiões. São exemplos a arara-jacinta (Anodorhynchus hyacinthinus), o papagaio-chauá (Amazona rhodocorytha) ou a arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari), uma espécir muito rara no Brasil.
As aves nascidas no país, a partir destes ovos apreendidos, acabam por trazer alguns problemas de cuidados a prestar e alojamento. Segundo João Loureiro, as regras de controlo sanitário do Brasil não permitem que sejam devolvidos à natureza e também "Matá-los não vamos".
Fonte: Publico.pt

Sem comentários: