segunda-feira, 23 de abril de 2012

Oceano Árctico liberta metano, potente gás de efeito de estufa

As águas do Oceano Árctico libertam metano, um potente gás de efeito de estufa, através das fissuras do gelo do mar e áreas do mar parcialmente cobertas de gelo, de acordo com o novo estudo da NASA. A imagem foi obtida sobre o Oceano Árctico numa latitude de aproximadamente 71 graus Norte, em 15 de Abril de 2010 - Crédito: NASA/JPL-Caltech

Um novo estudo da NASA revelou que o Oceano Árctico é uma nova fonte importante de metano na região polar norte.
Uma equipa de investigadores mediu níveis surpreendentes de metano, um potente gás de efeito de estufa, provenientes de fracturas no gelo do mar Árctico e de áreas do mar parcialmente cobertas de gelo. O estudo faz parte de uma campanha para entender melhor de onde vêm os gases de efeito de estufa e onde estão a ser armazenados no sistema Terra.
A região do Árctico tem grandes reservatórios de metano congelado, armazenados no solo da tundra árctica ou nos sedimentos marinhos. À medida que o clima da Terra aquece, o metano corre o risco de ser libertado para a atmosfera, onde vai contribuir para o aquecimento global.
Durante voos sobre o Árctico, entre 2009 e 2010, a equipa verificou que os níveis de metano aumentaram meio por cento em relação aos níveis do solo, enquanto voava a baixa altitude no Oceano Árctico remoto, ao norte dos mares de Chukchi e Beaufort.
Ao comparar os níveis de metano encontrados com medições de monóxido de carbono, vapor de água e de ozono, os cientistas descobriram que a fonte desse metano era a superfície do mar, através das fissuras do gelo no Oceano Árctico e áreas do mar parcialmente cobertas de gelo. As fendas no gelo expõem a água do mar Árctico, fazendo o oceano interagir com o ar, e assim o metano das águas superficiais pode escapar para a atmosfera. A equipa não detectou níveis de metano mais elevados ao voar sobre as áreas de gelo sólido.
Anteriormente, já tinham sido encontradas altas concentrações de metano nas águas superficiais, mas não se pensou que pudésse sair para a atmosfera. Embora ainda não haja certezas, os cientistas consideram que o problema pode ter origem na produção biológica de seres vivos nas águas superficiais do Árctico.
Segundo os cientistas, "é possível que, com grandes áreas de gelo a derreter e a expor mais água do oceano, a produção de metano aumente, levando a maiores emissões do gás". Além disso, "à medida que a cobertura de gelo do Árctico diminui num clima mais quente, essa fonte de metano pode aumentar bastante". Daí a necessidade de estudos futuros desta fonte de emissão e a sua contribuição para os níveis globais de metano do Árctico.
O estudo foi publicado, em 22 de Abril de 2012, na revista científica Nature Geoscience.
Fonte: NASA

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