A ilustração mostra como irá desenrolar-se a fusão prevista entre a nossa galáxia Via Láctea e a galáxia vizinha de Andrómeda , ao longo dos próximos biliões de anos. Nesta imagem nocturna da Terra daqui a 3,75 biliões de anos, Andromeda (à esquerda) preenche o campo de visão e começa a distorcer a Via Láctea pela atracção - Crédito: NASA; ESA; Z. Levay and R. van der Marel, STScI; T. Hallas; and A. Mellinger
A colisão frontal entre a Via Láctea e a galáxia vizinha Andrómeda será o próximo evento cósmico mais importante a afectar a nossa galáxia, o sistema solar e o Sol, anunciaram hoje (31 de Maio) astrónomos da NASA.
O encontro entre as duas galáxias está previsto acontecer dentro de 4 biliões de anos, e vai alterar bastante a nossa galáxia. No entanto, os cientistas acham que a Terra e o sistema solar não estão em perigo de serem destruídos, mas é provável que o Sol seja atirado para uma nova região da galáxia.
Vivemos num Universo em expansão acelerada, onde as galáxias se afastam de nós. Mas, há muito que se sabe que M31 se move em direcção à Via Láctea, a cerca de 400.000 Km por hora, que é rápido o suficiente para chegar à Lua numa hora. No entanto, ainda não se sabia como seria o encontro das duas.
O estudo foi realizado com base em medições cuidadosas do Telescópio Espacial Hubble sobre o movimento lateral de Andrómeda, também conhecida por M31, entre cinco e sete anos. Esta encontra-se a cerca de 2,5 milhões de anos-luz, mas está a dirigir-se para a Via Láctea pela força da gravidade mútua e a matéria escura invisível que rodeia as duas galáxias. Embora esteja a aproximar-se cerca de 2.000 vezes mais rápida, o choque com Andrómeda só acontecerá daqui a 4 biliões de anos.
"Depois de quase um século de especulações sobre o futuro destino de Andrómeda e a nossa Via Láctea, por fim temos uma imagem clara de como se vão desenrolar os acontecimentos ao longo dos próximos biliões de anos", disse Sangmo Tony Sohn , do Space Telescope Science Institute (STScI).
As simulações de computador, baseadas nos dados do Hubble, mostram que serão precisos dois biliões de anos depois do encontro para que as galáxias possam fundir-se completamente sob a atracção da gravidade e reorganizar-se numa única galáxia elíptica, semelhante a outras que é vulgar ver no universo local. Veja simulação aqui.
A ilustração mostra a fusão prevista entre Andrómeda e a Via Láctea, desde a actualidade (canto superior esquerdo) até à transformação completa das duas numa enorme galáxia elíptica, com o seu núcleo brilhante dominando o céu nocturno, como será dentro de 7 biliões de anos (canto inferior direito) - Crédito: NASA; ESA; Z. Levay and R. van der Marel, STScI; T. Hallas, and A. Mellinge
Apesar do choque entre as galáxias, as estrelas no seu interior estão tão distantes que não vão colidir entre si durante o encontro. No entanto, serão lançadas em órbitas diferentes em torno do novo centro galáctico. As simulações mostram que o nosso sistema solar provavelmente ficará mais afastado do núcleo galáctico do que está hoje.
A ilustração compara o tamanho da nossa galáxia Via Láctea, no presente e depois de totalmente concluída a fusão com a vizinha Andrómeda, daqui a 10 biliões de anos. As galáxias vão misturar-se para criar uma galáxia elíptica de estrelas envelhecidas. Actualmente, o nosso Sol orbita no disco da Via Láctea, mas após a fusão, é provável que seja lançado numa órbita em looping, que pode trazê-lo tanto para mais perto do centro como para mais longe, na periferia da recém-formada brilhante galáxia elíptica - Crédito: NASA, ESA, and A. Feild and R. van der Marel (STScI)
As novas previsões dos cientistas indicam que a pequena galáxia do Triângulo, M33, companheira de M31, também poderá fazer parte desta catastrófica colisão e fundir-se, mais tarde, ao par M31/Via Láctea, embora haja alguma probabilidade de atingir primeiro a nossa galáxia.
"Na simulação do pior dos cenários, M31 bate na Via Láctea de frente e as estrelas são todas lançadas em órbitas diferentes", disse Gurtina Besla, da Universidade de Columbia, em Nova York. "As populações estelares de ambas as galáxias são deslocadas , e a Via Láctea perde a sua forma de panqueca achatada, com a maioria das estrelas em órbitas quase circulares. Os núcleos das galáxias fundem-se, e as estrelas ocupam órbitas ao acaso, criando uma galáxia de forma elíptica".
As observações do Hubble e as consequências da fusão das duas galáxias serão publicadas na próxima edição do Astrophysical Journal.
Mais informações e imagens sobre a colisão de M31 com a Via Láctea em Hubble newscenter.
Fonte: NASA
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