O homem beneficia dos oceanos e da sua fauna e flora diversificada.
Comemora-se hoje, 22 de Maio, o Dia Internacional da Biodiversidade, o dia da adopção do texto final da Convenção da Diversidade Biológica, em 1992.
A data foi escolhida pela Organização das Nações Unidas "para aumentar a compreensão e conscientização sobre a importância da diversidade biológica". Este ano, o tema é a Biodiversidade marinha.
Os oceanos cobrem cerca de 71% do nosso planeta, um vasto território que, na sua maioria, ainda permanece desconhecido. No "Censo da Vida Marinha", que decorreu entre 2000 a 2010, cientistas de todo o mundo colaboraram para tentar saber quanta vida há no mar. Como resultado deste esforço, a estimativa do número de espécies marinhas identificadas tem aumentado, estando à volta de 250.000 (não incluindo algumas espécies microscópicas como os vírus). No entanto, a equipa do Censo sugere que podem ser 1 milhão ou mesmo o dobro.
Desde há milhares de anos que o homem beneficia dos oceanos e da sua fauna e flora diversificada. O mais antigo exemplo de seres humanos retirando alimento do mar data de aproximadamente 164.000 anos atrás, quando eles começaram a usar o marisco para complementar a sua dieta em Pinnacle Point, no sul da África.
Os oceanos são necessários do ponto de vista alimentar, mas eles também são essenciais em muitos outros aspectos da nossa vida biológica, social e espiritual. Não podemos esquecer que o seu fitoplâncton, constituído por minúsculas plantas, através da fotossíntese produz cerca de metade do oxigénio da atmosfera que nós respiramos.
Explosão de fitoplâncton no oceano. Produz oxigénio e é a base da cadeia alimentar marinha - Crédito: NASA
No entanto, apesar da sua importância, o impacto da humanidade nos mares e na sua vida selvagem tem sido devastador, em muitos casos. Algumas espécies já desapareceram e outras estão em vias de extinção.
A exploração comercial excessiva dos estoques de peixes é grave, estimando-se que cerca de 13 por cento dos recursos pesqueiros mundiais "entraram em colapso". Entre 30 e 35 por cento da extensão global de habitats marinhos críticos, como algas marinhas, mangues e recifes de coral podem já ter sido destruídos. A utilização de combustíveis fósseis está a tornar os oceanos mais quentes e mais ácidos e cujas consequências só começaram agora a ser entendidas.
Os recifes de coral são o habitat de uma grande variedade de organismos vivos - Fonte
A poluição tóxica a partir de compostos químicos e metais pesados, por exemplo, pode afectar a reprodução, crescimento e comportamento de aves marinhas, peixes e outras espécies marinhas, nomeadamente nos ecossistemas marinhos costeiros. Os detritos de plástico e de outros materiais lançados ao mar, quando ingeridos pela vida marinha, podem causar a sua morte. Até mesmo o ruído gerado pelo transporte marítimo pode impedir a comunicação em algumas espécies, como acontece com as baleias e golfinhos que comunicam entre si através dos oceanos.
Sabe-se que, em muitos casos, o estabelecimento de reservas marinhas e áreas marinhas protegidas tem contribuido, com sucesso, para a recuperação de alguns ecossistemas marinhos costeiros. Cerca de 15 do ambiente terrestre tem alguma protecção, pelo contrário, o ambiente marinho tem pouco mais que um por cento.
Em 2010, em Nagoya, no Japão, os países que fazem parte da Convenção da Diversidade Biológica estabeleceram uma meta de 10 por cento de todas as águas marinhas costeiras a serem protegidas em reservas até 2020. Já foram estabelecidas algumas reservas marinhas e documentadas zonas de valor ecológico ou biológico no alto mar e em profundidade.
Agora, a esperança está posta na Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), a realizar em Junho, no sentido de "reafirmar o compromisso" assumido e "melhorar a ordenação e conservação dos oceanos".
Fonte: Convenção da Diversidade Biológica
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