quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Solar Dynamics Observatory e as "estranhas formas de arte solar"

De tempos em tempos, o Observatório Solar Dynamics (SDO) oferece-nos imagens invulgares, mas que não deixam de ser interessantes, umas espécie de "imagens artísticas".
Podemos apreciar algumas no site do observatório, nas imagens diárias de 26 de Outubro.


Isto aconteceu porque no dia anterior a equipa de manutenção da AIA (Atmospheric Imaging Assembly, capta imagens da atmosfera solar em vários comprimentos de onda) realizou manobras de calibração de vários instrumentos e provocou um desalinhamento em relação ao centro do Sol. Quando as imagens voltam a ser alinhadas, algumas delas surgem com riscas, criando estranhas formas de arte solar.


SDO capata imagens do Sol em diferentes comprimentos de onda, evidenciando características diferentes.


Podemos observar as imagens do Sol diárias, no site oficial do Observatório Solar Dynamics.
Mais informações aqui.
Crédito imagens: SDO

"Bolas saltitantes" no espaço extragaláctico

"bolas" extragalácticas - Crédito: NASA

O Telescópio Espacial Spitzer, da NASA, detectou pela primeira vez pequenas esferas de carbono, conhecidas por buckyballs (bolas saltitantes?), numa galáxia para lá da nossa galáxia Via Láctea. As bolas espaciais foram detectadas numa estrela moribunda, uma nebulosa planetária, no interior da galáxia vizinha, a Pequena Nuvem de Magalhães, em grandes quantidades.
Esta ilustração artística foi construída a partir de uma imagem, em infravermelhos, da Pequena Nuvem de Magalhães captada pelo Spitzer.
A imagem apresenta duas chamadas. A mais pequena mostra uma ampliação de uma nebulosa planetária e a maior, à direita, mostra uma representação ainda mais ampliada de fulerenos, que são constituídos por 60 átomos de carbono dispostos como em bolas de futebol.
O telescópio Spitzer tem detectado as moléculas na nossa própria galáxia e também na Pequena Nuvem de Magalhães.
Fonte: Spitzer Space Telescope

Galáxias espirais despidas

Galáxias espirais despidas - Crédito: ESO/P. Grosbøl

O Very Large Telescope do ESO (VLT), no Observatório do Paranal, Chile, observou estas seis magníficas galáxias espirais. As imagens foram obtidas no infravermelho com a câmara HAWK-I e ajudarão os astrónomos a compreender como se formam e evoluem as extraordinárias formas espirais das galáxias.
A câmara (VLT) . HAWK-I  trabalha no infravermelho, mas utiliza tecnologia mais recente e potente que a anterior, VLT. ISAAC. Tem uma maior sensibilidade à radiação infravermelha fraca, ideal para estudar a enorme quantidade de estrelas velhas que compõem os braços em espiral, uma vez que consegue remover os efeitos confusos da poeira e do gás brilhante (galáxias despidas, muita da poeira que obscurece os braços em espiral das galáxias torna-se transparente para estes detectores).
Da esquerda para a direita, as galáxias são:  NGC 5427, Messier 100 (NGC 4321), NGC 1300, NGC 4030, NGC 2997 ae NGC 1232.

Recuperação, em cativeiro, do lince ibérico

A reprodução do lince-ibérico em cativeiro parece ser a última esperança para salvar o animal da extinção.
Numa tentativa de recuperar a população selvagem de lince-ibérico (Lynx pardinus), o felino mais ameaçado de extinção do planeta, em Espanha faz-se a criação de linces em cativeiro que, depois de um período de adaptação, são introduzidos no seu habitat natural.


Em Portugal o processo ainda se encontra numa fase inicial, através do Centro Nacional de Recuperação do Lince-ibérico, sediado na Herdade da Santinha, em Silves, e gerido pelo Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB). Em território nacional, a espécie encontra-se numa situação de pré-extinção, classificada como “criticamente em perigo”.

Links relacionados
Um dos três linces encontrados mortos, em Doñana, foi baleado com 12 tiros
Documentário sobre a reprodução, em cativeiro, do lince-ibérico

Recuperação dos habitats naturais do Ilhéu de Vila Franca, para criar "santuário" de aves marinhas

Faias e urzes, plantas nativas dos Açores, estão a ser plantadas no ilhéu de Vila Franca do Campo, em S. Miguel, em zonas previamente limpas de vegetação exótica infestante.

Ilhéu de Vila Franca do Campo, S. Miguel-Açores

Com estas acções pretende-se a conservação das colónias de aves marinhas nos Açores, através da recuperação do seu habitat e medidas de controlo e erradicação de espécies invasoras. Este é o objectivo principal do projecto “Ilhas Santuário para as Aves Marinhas”, coordenado pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (Spea) e Secretaria Regional de Ambiente e do Mar. O projecto é financiado pelo Programa LIFE+ da Comissão Europeia e conta também com o apoio do Clube Naval de Vila Franca do Campo.

Cagarro (pardela-de-bico-amarelo), Calonectris diomedea - Fonte: wikimedia commons

Uma das espécies que pode beneficiar com esta medida é o cagarro, Calonectris diomedea, muito comum em todo o arquipélago dos Açores.
O projecto iniciou-se na Ilha do Corvo, a mais pequena dos Açores, com o estabelecimento de uma colónia de cagarros, seguindo-se o ilhéu de Vila Franca, um local livre de predadores. A recuperação do seu habitat natural é o primeiro passo para melhorar as condições de nidificação, para além de contrariar a erosão das zonas mais desprotegidas.

Uma recordação da minha última visita ao Ilhéu de Vila Franca. Não sei se é uma planta invasora

Espécie exótica invasora do Ilhéu de Vila Franca

Mais informações aqui e aqui.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Evolution lost, livro interactivo sobre os vertebrados

Livro interactivo, da organização para a conservação ZSL, sobre a situação e tendências dos vertebrados a nível mundial (inglês).


20% dos vertebrados do mundo estão ameaçados

174 cientistas de vários países fizéram uma avaliação do estatuto de conservação dos vertebrados a nível mundial. O estudo incidiu sobre 25 mil espécies de vertebrados (mamíferos, aves, anfíbios, répteis e peixes), pertencentes ao Livro Vermelho da União Internacional para a Conservação da Natureza. Uma em cada cinco espécies de vertebrados está ameaçada de extinção no mundo, e cerca de 52 espécies de mamíferos, aves e anfíbios movem-se, todos os anos, para uma categoria no estatuto de conservação mais próxima da extinção   (estatuto de conservação segundo as categorias de “pouco preocupante”, “quase ameaçado”, “vulnerável”, “em perigo”, “criticamente em perigo”, “extinto na natureza” ou “extinto”).


O relatório desta investigação, publicado na edição online da revista Science, em 26/10/2010, refere que 20%  dos vertebrados de todo o mundo estão hoje classificados como “quase ameaçados” – incluindo 25% de todos os mamíferos, 13% das aves, 22% dos répteis, 41% dos anfíbios, 33% dos peixes cartilaginosos e 15% dos peixes com ossos.
Os vertebrados são, apenas, 3% de todas as espécies da Terra, mas eles" representam papéis vitais nos seus ecossistemas e têm grande importância cultural e económica para os seres humanos". O declínio dos vertebrados é maior nas regiões tropicais, sobretudo no Sudoeste Asiático, com a expansão agrícola, o corte de árvores e a caça, entre outras causas.
Cada vez mais, as alterações climáticas em combinação com outras ameaças, é uma preocupação considerável, causando desequilíbrio do ecossistema, perda de habitat, declínio da população  e alterações na distribuição das espécies.
Cavalo Przewalski’(China e Mongólia), Equus ferus przewalskii, dado como extinto na natureza e agora em recuperação
Fonte: wikipédia
No entanto, de acordo com os investigadores, as perdas e o declínio teriam sido cerca de 20% maiores se não fossem algumas acções de conservação das espécies em perigo, embora com resultados mais positivos na luta contra as espécies invasoras do que na luta contra a perda de habitats ou a caça.

Mico-leão-dourado, Leontopithecus rosalia, espécie protegida e em recuperação, no Brasil
Fonte: wikipédia

Simultaneamente, o relatório Global Ocean Protection: Current Trends and Future Opportunities - da responsabilidade da IUCN, The Nature Conservancy e UNEP, entre outros, apresentado na Conferência da Biodiversidade, em Nagoya, Japão, afirma que alguns estoques de espécies marinhas comerciais estão próximos do colapso e não deveriam continuar a ser pescados. Os responsáveis pelo estudo realçam a necessidade de planos de uso sustentável de longo prazo.
No tratamento da crise de extinção, a primeira prioridade é conservar os serviços dos ecossistemas que precisamos para sobreviver. Os oceanos e as florestas prestam serviços vitais, repondo o oxigénio necessário à vida, regulando o clima, fornecendo recursos alimentares essenciais e armazenendo carbono.
Contudo, temos que garantir que a grande diversidade de vertebrados, que levou milhões de anos a evoluir, não se perca nas próximas décadas. Aumentar os esforços de conservação é um passo fundamental para reverter a situação, o que exige políticas e sistemas económicos que incentivem a gestão sustentável dos recursos limitados da Terra. E nós, como sociedade, teremos de repensar o nosso estilo de vida, de consumo e desperdício excessivos.
Mais informações aqui.
Global Ocean Protection: Current Trends and Future Opportunities (relatório em inglês-pdf)
Evolution Lost: Status and Trends of the World’s Vertebrates (relatório em inglês-pdf))
Conservação de sucesso (galeria de imagens)
Lutando pela sobrevivência (galeria de imagens)
Links relacionados:
Ministros chegaram ao Japão para tentar travar extinção das espécies
Primatas do Brasil: prioridade global

D. Quixote de la Mancha, em livro interactivo

A Biblioteca Nacional de Espanha apresentou o seu primeiro livro interactivo, o ícone da literatura espanhola, 'El Quijote', de Miguel de Cervantes.

Portal D.Quixote de la Mancha interactivo

Estão digitalizados os dois tomos da primeira edição da obra de Cervantes. O texto está acompanhado de música e informação da época (mapas, ilustrações, gravações,...)
A próxima edição interactiva depende, agora, dos leitores que podem sugerir os seus titulos favoritos através do website da biblioteca.

Usando o Hubble para prever o movimento das estrelas num aglomerado

Movimento das estrelas no interior do aglomerado globular  Omega Centauri
Crédito: NASA, ESA, and G. Bacon (STScI)

Na parte superior da imagem, a região central do gigantesco aglomerado globular Omega Centauri, captada pelo telescópio espacial Hubble. Todas as estrelas se movem em direcções aleatórias, como um enxame de abelhas. Os astrónomos usaram o poder de resolução do Hubble para medir as posições das estrelas em 2002 e 2006.
A partir dessas medidas, eles podem prever o movimento das estrelas no futuro. A parte inferior da tabela ilustra as futuras posições das estrelas destacadas pela caixa branca na imagem de cima. Cada faixa representa o movimento da estrela ao longo dos próximos 600 anos. O movimento entre pontos corresponde a 30 anos.
Fonte: Hubble newscenter

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Amazónia, mais 1200 novas espécies na última década

Entre 1999 e 2009, foram descobertas, na Amazónia, mais de 1200 novas espécies de plantas e invertebrados, confirmando que a Amazónia é um dos ecossistemas com maior biodiversidade do planeta. É o que diz o relatório da WWF, "Amazónia Viva: uma década de descobertas 1999-2009". As novas espécies referidas no relatório incluem 637 plantas, 257 peixes, 216 anfíbios, 55 répteis, 16 pássaros e 39 mamíferos.

Drosera amazonica – 1(planta carnívora) /Andreas Fleischmann (WWF)

A WWF espera que este relatório contribua para uma maior consciencialização dos países para a necessidade de conservação e desenvolvimento sustentável deste ecossistema. "As florestas da Amazónia não só albergam a mais impressionante diversidade de vida na Terra mas também retêm entre 90 e 140 mil milhões de toneladas de dióxido de carbono", desempenhando um papel essencial no combate às alterações climáticas.

 Dendropsophus juliani Holotype / Jiri Moravec (WWF) 
                                             
A Amazónia também é o lar de diversas comunidades indígenas, e os seus recursos naturais valiosos constituem uma fonte de subsistência para muitas pessoas, que vivem tanto dentro como fora da região.
Mais informações aqui e aqui

Relatório "Amazon Alive!: A Decade of Discoveries 1999-2009" (inglês)
Relatório "Amazónia Viva: uma década de descobertas 1999-2009" (português)
Fotogaleria sobre as novas espécies na Amazónia

Links relacuinados:
Negociações internacionais sobre extinção de espécies decorrem difíceis e lentas
Noruega pede mais ajuda para salvar a floresta indonésia

O polvo Paul morreu

Polvo Paul

Morreu o polvo Paul, que ficou célebre durante o Mundial2010 de futebol, na África do Sul, por acertar os vencedores dos jogos da Alemanha e, também, da final. De acordo com os responsáveis do aquário de Oberhausen, morreu suavemente, durante a noite, e por causas naturais.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Elysia timida, lesma-do-mar fotossintética

Lesma-do-mar Elysia timida - Fonte: wikimedia commons

Esta extraordinária lesma-do-mar, Elysia timida, endémica do Mar Mediterrâneo, tal como outras lesmas-do-mar, pode viver da energia solar, apresentando uma notável capacidade de realizar a fotossíntese.
Alimenta-se da alga verde Acetabularia acetabulum, retirando-lhe todo o conteúdo celular e incorporando os cloroplastos nas suas células (por isso é verde) e que ela usa para aproveitar a energia do sol, assim como as plantas fazem.

Alga verde Acetabularia acetabulum, alimento da Elysia timida - Fonte: wikipédia

As lesmas fotossintéticas são os únicos animais conhecidos que o fazem. Vivem em associação com as algas verdes e até podem ser melhores que as algas a usar a luz do Sol na fotossíntese. Conseguem isso movendo-se para a sombra ou para a luz, dependendo da necessidade e enrolando ou abrindo o corpo, para controlar a entrada da luz.
Mais informações aqui e aqui (inglês)

Tuatara, fóssil vivo

Tuatara é um réptil endémico da Nova Zelândia que vive apenas em algumas ilhas, ao largo deste país, estando extinto nas duas ilhas principais.O seu nome, tuatara, é uma palavra Maori que significa dorso espinhoso.

Tuatara, Sphenodon punctatus - Fonte: wikipédia

O tuatara existe desde a era Mesozóica, o tempo dos dinossauros, por isso é considerado um fóssil vivo, um sobrevivente, embora tenha sofrido algumas alterações. Tem um ciclo de vida bastante longo, podendo ultrapassar os cem anos de vida.
Conhecem-se duas espécies, a Sphenodon punctatus, de cor esverdeada,  e a Sphenodon guntheri, acastanhado com manchas amareladas, confinada numa única ilha. São consideradas espécies ameaçadas, desde 1895, por perda de habitat e pela competição com espécies introduzidas.

População é evacuada das proximidades do vulcão do monte Merapi, na Indonésia

Como precaução, as autoridades estão a retirar mais de 11 mil pessoas dos arredores do monte Merapi, o vulcão ameaça entrar em actividade, mais uma vez. Neste fim-de-semana aumentaram os tremores-de-terra e as erupções de lava.

Vulcão do Monte Merapi, em Java, Indonésia - Fonte: wikipédia

O Merapi, na ilha de Java, é um dos vulcões mais activos da Indonésia. É composto por camadas de lava endurecida, cinzas vulcânicas e rochas ejectadas por erupções anteriores. A área à volta do Merapi é densamente povoada e erupções anteriores já causaram a perda de vidas humanas para além da destruição de culturas.
A Indonésia encontra-se numa zona de grande actividade sísmica e vulcânica, conhecida por 'Anel de Fogo do Pacífico', e tem cerca de 400 vulcões, dos quais 129 estão activos.
Mais informações aqui.

domingo, 24 de outubro de 2010

Muitos animais, não apenas cães e gatos, precisam de algum tempo de brincadeira

Todos nós gostamos de brincar. Jogar faz parte da vida e é essencial no desenvolvimento das crianças, aprendem brincando. Por vezes, o melhor companheiro das brincadeiras é um cão ou um gato, que também gostam de brincar.
Crias de leão, de elefantes ou pequenos tigres adoram uma boa brincadeira. Será que as tartarugas, os lagartos e os peixes também gostam de brincar?
Segundo Gordon Burghardt, um professor de psicologia da Universidade de Tennessee, Knoxville, muitos animais - não apenas os cães, gatos e macacos - precisam de algum tempo de brincadeira.
Burghardt é um dos primeiros pesquisadores a definir o "jogo" para as pessoas e também para espécies como peixes, répteis e invertebrados que, à priori, não se pensa que sejam capazes de brincar.
Burghardt publicou o seu trabalho no livro "The Genesis of Animal Play -- Testing the Limits." As suas descobertas são discutidas no artigo intitulado "Recess" na edição de Outubro da The Scientist, onde vem também este vídeo de Burghardt, com os seus animais brincando.


Fonte: Science Daily

Futebolistas europeus unidos contra a fome

16 ligas de do futebol europeu dedicam os seus jogos na luta contra a fome e a pobreza, num espectáculo de football de solidariedade durante o "Dia Europeu do Jogo contra a Fome" (22-24 de Outubro), para que o mundo não esqueça que, no século XXI, a fome continua a matar. A campanha tem o apoio da FAO e da Associação das Ligas de Football Profissional Europeu (EPFL).


As ligas apelam aos seus associados para que assinem a petição aos governos a darem prioridade à erradição da pobreza, que participem no Projecto 1billionhungry, iniciativa da FAO e dos seus parceiros.
Num comunicado emitido para o Dia do Jogo, a EPFL disse que a luta contra a fome é uma "obrigação moral da nossa geração" e "o desafio da nossa civilização."
""Os Dias do Jogo" contra a fome está a ser organizado para que em cada estádio, em toda a Europa, todos os membros da EPFL, ligas, clubes, jogadores e adeptos de futebol possam transmitir uma mensagem comum. É uma mensagem que usa o poder do futebol, e convida todas as nações, todos os líderes e todas as pessoas de boa vontade para unir esforços, mobilizar recursos e para nos ajudar a ganhar esta causa, o direito mais básico e fundamental do ser humano: o direito aos alimentos e da dignidade humana ".
Fonte: http://www.fao.org/news/story/en/item/46667/icode/

Orion, uma das mais bonitas constelações

Orion, a lindíssima e conhecida constelação do Caçador, destaca-se no céu nocturno (clique para ampliar)

Orion, o Caçador (Apod 23/10/2010) (clique para ampliar)

Fauna e flora do Riba-Côa

A Associação Transumância e Natureza e a preservação da fauna e flora da região do Riba-Côa.

sábado, 23 de outubro de 2010

Alimentadores de abutres

Os alimentadores de abutres são um contributo muito importante para a conservação das espécies selvagens de necrófagos. No caso das espécies ameaçadas, como o abutre do Egipto, Neophron percnopterus, contribui para aumentar o sucesso reprodutivo desta espécie.

Abutres do Douro Internacional

As escarpas do rio Douro, no norte de Portugal, são o habitat dos abutres. O maior de todos é o grifo, Gyps fulvus e o menor, dos que aparecem no território, é o abutre do Egipto, Neophron percnopterus. São um importante indicador da saúde dos ecossistemas, os polícias sanitários da natureza.

Criação, em cativeiro, de lavagantes para posterior repovoamento do mar da praia da Aguda

Homarus gammarus, ou lavagante-europeu, muito apreciado como alimento. A pesca excessiva coloca a espécie em perigo. O Programa de criação em cativeiro de lavagantes, da Estação Litoral da Aguda, tem como objectivo o repovoamento do mar da praia da Aguda, em Vila Nova de Gaia.

Mockingbird do Norte, pássaro cantor e imitador

Mimus polyglottos - Fonte: wikipédia

Mimus polyglottos, Mockingbird do Norte, pássaro da família Mimidae da América do Norte, conhecido por ser um talentoso cantor e imitador de quase tudo o que ouve, cantos de outras aves, sons produzidos por outros animais e até alarmes dos carros. Macho e fêmea cantam de dia e de noite, quase todo o ano, irritando, por vezes, os moradores vizinhos. Pensa-se que o macho atrai a fêmea com o seu grande e variado reportório de sons.
Pode ouvi-lo cantar no endereço Northern Mockingbird

A região do Árctico continua a aquecer


O Árctico está cada vez mais quente, foi a principal conclusão de 69 cientistas, de vários países, que participaram no Arctic Report Card, uma avaliação coordenada pela NOAA, a Agência para a Atmosfera e Oceanos dos Estados Unidos.
O ar está mais quente, as geleiras da Gronelândia estão a derreter e as capas de gelo do mar são cada vez mais finas. O Árctico pode não retornar ao seu estado mais frio anterior.
O Árctico tem enorme importância para o clima e funcionamento dos ecossistemas em todo o mundo. O Árctico é área de alimentação e reprodução de várias espécies autóctones e outras que circulam no planeta. As alterações do clima do Árctico têm um impacto local mas também afectam o clima global da Terra. A superfície branca do gelo funciona como um espelho, reflectindo a luz solar. Ao derreter, com o aumento de temperatura, torna-se mais escura, não é tão reflectora e absorve mais calor, o que acelera o aquecimento de todo o planeta. As alterações do Árctico afectam, também, a circulação de massas de ar e as correntes marinhas responsáveis pelos actuais padrões de clima que conhecemos nas várias regiões da Terra.
Durante os meses de inverno, as massas de ar frio do Árctico circulam na região. No entanto, no inverno de 2009/2010 esse ar frio foi arrastado, por ventos fortes, para latitudes mais baixas, afectando as zonas temperadas que, assim, tiveram um inverno mais rigoroso. Os cientistas consideram que o fenómeno está associada ao aquecimento do Árctico e se tornará cada vez mais comum, se o Árctico continuar a aquecer.
Fonte: Arctic Theme Page e Arctic Report Card,

Espécies Invasoras, Alterações climáticas e Ecossistemas

Miconia calvescens é uma espécie arbórea nativa da América Central e do Sul, conhecida por ser uma planta invasora, quase uma praga nas florestas do Taiti, Havaí, Sri Lanka e outras partes do Pacífico, Ásia e Caribe.
Miconia calvescens- Fonte: wikipédia

A introdução (como planta ornamental) e o estabelecimento da Miconia no Tahiti está a transformar profundamente os habitats nativos.
A Miconia pode crescer até uma altura máxima de 15 metros. A sombra das suas folhas enormes impede que qualquer outra planta cresça nas proximidades. Esta planta compete com as plantas naturais, acabando por fazê-las desaparecer.
O sistema de raízes da Miconia calvescens é superficial o que, com chuvas fortes, agrava o risco de deslizamento de terras nas encostas íngremes. Como consequência, no Tahiti e no Havaí, aumentaram os níveis de sedimentos nas comunidades ribeirinhas, no litoral e recife.
Com as alterações climáticas, em determinadas épocas do ano, a precipitação vai aumentar nestas regiões, o que vai agravar mais os deslizamentos de terras e os seus impactos ambientais sobre a erosão do solo, a pesca nos recifes, e as funções das bacias hidrográficas.
A invasão da Miconia calvescens afecta, indirectamente, a biodiversidade costeira e serviços dos ecossistemas e cria riscos públicos. Os especialistas calculam que 40 a 50% das plantas endémicas do  Tahiti podem estar em risco de extinção, devido à disseminação da Miconia calvescens.
As espécies invasoras e as alterações climáticas são duas das maiores ameaças do mundo natural, e os seus efeitos combinados podem ser desastrosos tanto para o ambiente como para a economia. Miconia calvescens é, apenas, um exemplo.
É esta a ideia central do estudo realizado pelo Programa Mundial sobre Espécies Invasoras (GISP), com o apoio do Banco Mundial, "Espécies Invasoras, Alterações climáticas e Ecossistemas", que define os vínculos que existem entre as espécies invasoras e as alterações climáticas e o que se deve fazer para atenuar o seu impacto.
Fonte: Espécies Invasoras, Alterações climáticas e Ecossistemas

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Solar Dynamics Observatory captou um eclipse parcial do Sol

Lua Nova e Sol - Crédito: NASA

Solar Dynamics Observatory (SDO), da Nasa, observou o seu primeiro trânsito lunar, quando a Lua Nova passou directamente entre a sonda espacial e o Sol, criando um eclipse parcial do Sol.
Esta impressionante imagem foi captada, em 7 de Outubro de 2010, a 36 mil Km da Terra e, além do eclipse, mostra também o campo magnético solar.

Lua pode ser mais rica do que se pensa


Um recente comunicado da NASA refere que "o solo lunar dentro das crateras é rico em materiais úteis e que a Lua é quimicamente activa e provida de um ciclo de água".
Análises a fragmentos e poeiras de uma cratera demonstram que, além da água sob a forma de cristais de gelo em certos locais, o solo lunar contém ainda monóxido de carbono, dióxido de carbono, metano, amoníaco, sódio, mercúrio e prata.
O Lunar Reconnaissance Orbiter, observando o impacto da sonda LCROSS, ajudou a contribuir para estas novas descobertas. Cientistas da NASA provocaram uma explosão numa cratera gelada da Lua (cratera Cabeus perto do pólo sul lunar) e analisaram a constituição da nuvem, de vapor e detritos, levantada.



"A diversidade e a abundância de certos materiais voláteis da nuvem, sugere uma variedade de fontes, como os cometas e asteróides" que colidiram com a Lua durante milhões de anos.
As descobertas estão descritas na edição desta semana da revista Science.
Informações mais detalhadas  aqui e aqui.
LRO Supports Historic Lunar Impact Mission (NASA) (inglês)

Link relacionado:
Origem da água encontrada na Lua ainda é um mistério
Missão LCROSS: NASA procura água na lua
Missão LCROSS (NASA) (inglês)

Tigres podem extinguir-se em 12 anos, alerta a WWF

Os tigres podem extinguir-se em 12 anos, anunciou a organização ambientalista WWF. No último século, a população de tigres diminuiu de 97% em consequência da caça ilegal, a redução do habitat e a sua utilização na medicina oriental.

Tigre -de-amur siberiano, Panthera tigris altaica - Fonte: wikimedia commons


Espera-se que o encontro dos chefes de estado das 13 nações que ainda têm tigres nas suas florestas, a realizar na Rússia, de 21 a 24 de Novembro, para debater o futuro dos felinos, possa reverter a situação.
A WWF lidera uma campanha global para duplicar o número de tigres selvagens até 2022, Tiger Roar Campaign.


Mais informações aqui.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Pi, filhote raro de tigres

Na cidade de Cairns, na Austrália, nasceu um filhote raro de tigre, resultado do cruzamento de tigre-de-bengala e tigre-de-sumatra. A cria tem 12 semanas e foi apresentada à imprensa mundial esta semana.

Cometa Hartley 2

Cometa Hartley - Crédito: Rogelio Bernal Andreo (APOD)

Imagem da Apod, obtida em 8 de Outubro de 2010, com o cometa Hartley 2 junto ao famoso aglomerado duplo de estrelas, NGC 689 e NGC 884, à esquerda, e a nebulosa do Coração, à direita.
Em 20 de Outubro, o cometa atingiu o seu ponto mais próximo da Terra, passando a cerca de 17 milhões de Km.
O Hartley tem cor verde devido aos gases que compõem a sua atmosfera do tamanho de Júpiter. Os jactos de gases, que são lançados pelo núcleo do cometa, contêm cianogénio (CN, um gás venenoso encontrado em muitos cometas) e carbono diatómico (C2). Ambas as substâncias têm brilho verde quando iluminadas pela luz do Sol, no vácuo do espaço.
No próximo dia 4 de Novembro, a sonda espacial Deep Impact, da NASA, irá aproximar-se do Hartley 2, a cerca de 700 Km de distância, para fotografar o seu núcleo, que se estima ter cerca de 1,5 Km de diâmetro. É um dos cometas mais pequenos e activos que se conhece. O objectivo da missão é contribuir para um melhor conhecimento do Sistema Solar.
Durante todo o mês de Outubro, o cometa pode ver-se a olho nu ou binóculo, perto da constelação de Perseus. O cometa tem o nome oficial de 103P Hartley e com informações no endereço Heavens Above.
Mais informações aqui e aqui.

Link relacionado:
Passagem do Cometa Hartley 2

Oriónidas, chuva de estrelas do cometa Halley

Meteoro Oriónida 2010, em Ontário Oeste, Canadá - (Meteor Physics Group, University of Western Ontario)

Mais uma vez a Terra tem o seu encontro de outono com os fragmentos de poeira e gelo, meteoróides, deixados para trás pelo cometa Halley na sua órbita. Da colisão desses pedaços do cometa com a atmosfera terrestre resulta uma chuva de meteoros, conhecida vulgarmente por chuva de estrelas, devido à incandescência produzida. Nesta altura os meteoros parecem vir da constelação de Orion, o Caçador, daí o seu nome, Oriónidas. Embora tenham tido o seu máximo na noite passada, ainda podem ser vistos neste mês de Outubro a partir das 23 horas.
No início de cada Maio a Terra tem outro encontro com os fragmentos do Halley, provocando a chuva de estrelas conhecida por Eta Aquáridas, com os meteoros vindos da constelação de Aquário.
Fonte: NASA

Novo site permite consultar 150 mil áreas protegidas do mundo

Através do site ProtectedPlanet.net, a ONU convida para um passeio virtual por 150 mil áreas protegidas de todo o mundo, onde estão incluídos 216 locais em Portugal.

Lagoa do Fogo, S. Miguel-Açores
A Lagoa do Fogo é a segunda maior lagoa da Ilha de São Miguel. Está classificada como reserva natural desde 1974.

O site é interactivo e resulta de uma parceria entre a IUCN-UNEP e WCMC e é o novo rosto da Base de Dados Mundial sobre Áreas Protegidas (WDPA), uma fonte de informação global sobre parques e áreas protegidas, espacialmente referenciados. O objectivo é o maior conhecimento e compreensão sobre a conservação dos recursos naturais.
O site incentiva à participação dos visitantes, por exemplo descarregando para o mapa mundial as suas fotografias sobre as diversas áreas protegidas ou fazendo sugestões.
Mais informações aqui e Site ProtectedPlanet

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Astrónomos observaram uma ténue galáxia quando o Universo tinha 600 milhões de anos

Universo primordial - Era da reionização (simulação)
Crédito: ESO/M. Alvarez (http://www.cita.utoronto.ca/~malvarez), R. Kaehler, and T. Abel

Utilizando o Very Large Telescope do ESO, astrónomos mediram a distância da galáxia mais longínqua identificada até agora, UDFy-38135539, existindo quando o Universo tinha apenas 600 milhões de anos. É uma galáxia ténue do Universo primordial, que confirma a descoberta feita pelo Hubble em 2009.

Imagem mais profunda do Universo, em infravermelho, obtida pelo telescópio Hubble, em 2009. No lado esquerdo estão assinaladas galáxias correspondentes ao tempo de 12,9 a 13,1 bilhões de anos atrás, as galáxias mais antigas e mais distantes que se conhecem.

Quando o Universo arrefeceu depois do Big Bang, há cerca de 13.7 mil milhões de anos, os electrões e os protões combinaram-se para formar hidrogénio gasoso. Este gás escuro frio era o constituinte principal do Universo durante a chamada Idade das Trevas, quando não existiam ainda objectos luminosos. Esta fase terminou eventualmente quando as primeiras estrelas se formaram e a sua intensa radiação ultravioleta foi lentamente tornando transparente este nevoeiro de hidrogénio ao separar outra vez os átomos de hidrogénio em electrões e protões, um processo conhecido por reionização. É o período da História do Universo, designado por Era da Reionização (ver vídeo no final), a que pertence a galáxia UDFy-38135539, em que o nevoeiro ainda estava a ser dissipado pela radiação ultravioleta, mas já permitia ver objectos luminosos, embora de um modo mais ténue.
Esta época, na história do Universo primordial, durou entre 150 milhões e 800 milhões de anos depois do Big-Bang. Nesta ilustração, as regiões ionizadas são azuis e translúcidas, as frentes de ionização são vermelhas e brancas e as regiões neutras são escuras e opacas.
Estes resultados aparecem no número desta semana da revista Nature.
Mais informações sobre a descoberta em Limpando o nevoeiro cósmico
Fonte: ESO

Aproximando da galáxia mais longínqua já identificada ...

Era da Reionização (simulação)

Top 100 imagens do ESO

O "Pássaro", imagem #38 das Top 100 do ESO - tripla colisão entre duas galáxias em espiral massivas e uma galáxia irregular - Crédito: ESO

O European Southern Observatory (Observatório Europeu do Sul), ESO, divulgou as suas 100 melhores imagens até ao momento. Pode apreciá-las no endereço http://www.eso.org/public/images/archive/top100/

Espiral de nascimento de estrelas

Galáxia espiral NGC 3982 - Crédito: NASA, ESA, and the Hubble Heritage Team (STScI/AURA)

Galáxia em espiral, denominada NGC 3982, notável pela sua riqueza de estrelas em nascimento. Os seus brações sinuosos estão revestidos de regiões cor-de-rosa, de formação estelar de hidrogénio incandescente, aglomerados de estrelas azuis recém-formadas e faixas de poeira obscura que fornece a matéria prima para as futuras gerações de estrelas. O núcleo brilhante é o lar de uma população de estrelas mais velhas, que crescem cada vez mais densamente em direção ao centro.
NGC 3982 está localizada a 68 milhões de anos-luz, na constelação da Ursa Maior e abrange cerca de 30.000 anos-luz, um terço do tamanho da nossa galáxia Via Láctea.
Esta imagem é composta a partir de imagens obtidas pelo telescópio espacial Hubble. A galáxia foi fotografada  em luz invisível e infravermelho próximo, o que dá à imagem uma gama de cores vivas. Também foi utilizado um filtro que isola a emissão de hidrogénio das brilhantesdas regiões de formação de estrelas, espalhadas nos braços em espiral.  As observações foram realizadas entre março de 2000 e agosto de 2009.

Vison, animal maltratado e transformado em casaco de péle

Vison, designação comum a várias espécies da família Mustela
Fonte: wikipédia

De acordo com uma notícia do jornal El Mundo (online), a organização de defesa dos direitos dos animais 'Igualdad Animal' apresentou o resultado de uma investigação, que mostra novas imagens sobre o maus tratos físico e psicológico que, segundo eles, são submetidos os visons nas muitas quintas de criação que existem em Espanha.
A organização considerou que são "imagens aterradoras", obtidas durante 2 anos com câmaras clandestinas, em 35 das 38 quintas de visons, estando a maior parte na Galiza.
Os activistas presenciaram cenas de canibalismo e lutas constantes entre os animais, devido ao stress a que estão submetidos e que provoca neles comportamentos neuróticos e estereotipados. O vison é um animal territorial e assustadiço, sendo-lhe particularmente angustioso viver em cativeiro e amontoado em jaulas.
Todos os anos morrem cerca de 400.000 visons para satisfazer a procura de péles pela indústria peleira em Espanha (a nível mundial ultrapassa os 50 milhões).
O objectivo da organização é gerar um debate social sobre a exploração de animais e conseguir o encerramento destas quintas, como já aconteceu noutros países europeus, como a Inglaterra e a Áustria.
Notícia completa aqui.

Comer menos carne salva vidas e ajuda a proteger o ambiente

Uma investigação realizada pelo Departamento de Saúde Pública da Universidade de Oxford, sobre os hábitos alimentares dos britânicos, e divulgada pela organização 'Friends of the Earth', revela que uma dieta pobre em carne evitaria a morte prematura de 31.000 pessoas por doenças do coração, outras 9.000, de cancro e 5.000 mais, de derrames cerebrais.

Segundo a organização, comer carne duas ou três vezes por semana salvaria milhares de vidas, pouparia dinheiro ao Sistema Nacional de Saúde do Reino Unido, contribuindo para reduzir as alterações climáticas e a desflorestação da América do Sul, onde se estão a destruir as florestas tropicais para cultivar forragem para os animais e pastos para a criação de gado vacum, que depois é exportado para a Europa.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Nature by Numbers (A Natureza por Números)

Bonito vídeo "Nature by Numbers", de Cristobal Vila, inspirado pelos números, a geometria e a natureza, com a música "Often a Bird," do compositor belga Wim Mertens. Apresenta uma série de animações ilustrando vários princípios matemáticos, começando pela Série e Expiral de Fibonacci. O filme mostra que a matemática é bonita e está intimamente relacionada com a natureza.


Mais informações sobre o vídeo e Cristóbal Vila no endereço http://www.etereaestudios.com/

O homem já comia pão há 30 mil anos, na Europa

Um novo estudo, publicado esta semana no  'Proceedings of the National Academy of Sciences' (PNAS), mostra que as populações do continente europeu durante o Paleolítico Superior, há 30 mil anos, eram capazes de fabricar farinhas a partir de uma grande variedade de plantas, o que torna a sua alimentação mais variada do que se pensavava até agora, que seria constituída essencialmente por carne, gorduras animais e vegetais.

Typha latifolia, espadana utilizada para obter farinha há 30 mil anos
Fonte: wikipédia

Durante uma investigação em vários sítios arqueológicos na Europa,  foram encontrados restos de grãos de diferentes plantas selvagens e pedras para moer com 30 mil anos (datação por radiocarbono), revelando que a moagem de plantas para obtenção de farinha era prática comum antes da existência da agricultura no Neolítico. Antes, tinham sido encontradas pedras de moagem com 20 mil anos, em Israel.
O estudo mostra que podiam moer raízes, sementes ou rizomas, dependendo da planta. Entre as mais comuns estavam a Typha angustifolia e Typha latifolia, conhecidas por espadanas e semelhantes a juncos.
pita (pão sírio)

Com a farinha das plantas e água, faziam um pão achatado, em forma de bolacha, que era cozinhado numa pedra quente. Conseguiam, assim, um alimento que se conservava mais tempo, fácil de transportar nas suas caminhadas (eram caçadores recolectores) e bastante energético para combater o frio.
Mais informações aqui e aqui (espanhol)
Informação de suporte ao estudo (inglês)

Knut, o jovem urso polar, continua a ser rejeitado pela mãe.

Knut, o jovem urso polar de quatro anos, estrela do jardim zoológico de Berlim, é rejeitado e perseguido pelas três fêmeas com quem partilha o espaço, uma delas a prória mãe. Tem peso a menos e passa a maior parte do tempo isolado. Foi o primeiro urso polar a nascer no zoo, em mais de 30 anos.

Knut (2007) - Fonte: wikipédia

Knut tornou-se conhecido ao ser rejeitado pela mãe, pouco depois de nascer, em Dezembro de 2006, sendo criado a biberão, durante meses, pelo seu tratador que acabou por falecer, deixando o jovem urso, mais uma vez, órfão. A sua história comoveu a Alemanha e ele acabou por se tornar a principal estrela do zoológico, simbolo da cidade de Berlim e um ícone da luta contra as alterações climáticas, atendendo a que o aquecimento global está a destruir o gelo do Árctico, habitat natural desta espécie.
Mais informações aqui.

Conferência das Partes (COP) para a Convenção Biológica da Diversidade, das Nações Unidas

Iniciou ontem, 18 de Outubro, a décima Conferência das Partes (COP) para a Convenção Biológica da Diversidade das Nações Unidas, que vai decorrer até dia 29 de Outubro em Nagóia, no Japão. Delegados de cerca de 200 nações vão discutir sobre a sobrevivência de diversas espécies e ecossistemas ameaçados pela poluição, pela exploração e a invasão de habitats.


É mais uma oportunidade para os países assumirem os objectivos para reduzir ou parar a perda de biodiversidade até 2020, pela aprovação de 20 metas quantificáveis para a próxima década. Para o ministro do ambiente japonês, Ryu Matsumoto, durante a sessão de abertura, "Os próximos dez anos poderão ser a última oportunidade para evitarmos um ponto de não retorno em relação à perda de biodiversidade".
A Convenção enfrenta algumas questões polémicas como o falhanço na redução da perda de biodiversidade durante a primeira década deste século e a ajuda aos países em desenvolvimento, como o Brasil, a Indonésia ou os países da África Central, ricos em biodiversidade e que alegam necessitar de mais fundos para a sua conservação.
Outro problema que pode gerar desentendimentos tem a ver com o acesso a determinados recursos genéticos como, por exemplo, plantas com valor medicinal, e também a divisão mais justa dos benefícios resultantes desses recursos, como os lucros obtidos na comercialização de medicamentos. É o combate à biopirataria.

Pervinca rosa, Catharanthus roseus, planta medicinal - Fonte: wikipédia

Um dos casos conhecidos é o da planta pervinca rosa , Catharanthus roseus, endémica de Madagascar, da qual são extraídos produtos utilizados no tratamento de algumas formas de cancro, gerando grandes lucros à indústria farmaceutica ocidental, dos quais Madagascar pouco recebe. Os países em desenvolvimento acham que deveriam receber uma parte dos benefícios vindos da comercialização dos medicamentos derivados dos seus recursos naturais.
Mais informações aqui e aqui e aqui (espanhol)

Aguarela cósmica


Começando com uma ampla visão da parte central da nossa Via Láctea, vai-se ampliando a pequena constelação Corona Australis (Coroa Austral), situada ao lado da grande constelação de Sagitário e em direcção ao centro da nossa galáxia. Aproximando ainda mais desta constelação esbatida, visível apenas em ambientes escuros, pode observar-se uma espectacular nuvem de poeira com cerca de 8 anos-luz de diâmetro.
A mancha azulada difusa é uma bonita nebulosa de reflexão na região de formação de estrelas em torno da estrela R Coronae Australis, imagem obtida em grande detalhe pelo telescópio MPG / ESO, no observatório de La Silla, no Chile.
As cores subtis e as texturas variadas das nuvens de poeira fazem parecer esta imagem a uma pintura de aguarela.. Na zona negra que atravessa a imagem a luz visível, emitida pelas estrelas que se formam dentro da nuvem, é completamente absorvida pela poeira.
Crédito: ESO, S. Brunier, Loke Kun Tan (StarryScapes.com). Music: John Dyson (from the album "Moonwind")