Observando a Terra a partir da Estação Espacial Internacional, o astronauta Andre Kuipers, da Agência Espacial Europeia, é um embaixador do mundo para a WWF. O astronauta escreveu o prefácio do relatório "Planeta Vivo 2012", sobre o estado de saúde do planeta, publicado esta terça-feira (15 de Maio). As suas imagens mostram como o nosso planeta é frágil - Crédito: ESA/NASA/Andre Kuipers
A crescimento populacional e o consumismo ameaçam a saúde do planeta, alerta a organização ambientalista Fundo Mundial para a Natureza (WWF). “Vivemos como se tivéssemos os recursos de um planeta extra à nossa disposição”, diz a WWF no seu relatório bienal “Planeta Vivo 2012” (“Living Planet 2012”), elaborado para avaliar o estado das espécies no mundo e a pressão humana sobre os recursos naturais.
De acordo com o relatório, o Ambiente mundial está pior do que há 30 anos, em que perdemos em média 28% da biodiversidade do planeta. Entre 1970 e 2008, os maiores declínios aconteceram nas regiões tropicais (cerca de 60%) e entre as espécies de água doce, 70%, "o maior decréscimo de sempre relativamente a qualquer outra espécie terrestre ou marinha".
O aumento do consumo e a exploração dos recursos naturais duplicou desde 1966 e, actualmente, "estamos a usar 50% mais recursos do que a Terra pode oferecer (o mesmo que 1,5 planetas) e, se nada mudar, até 2030 nem dois planetas serão suficientes".
A pegada ecológica per capita vem aumentando, relativamente à quantidade de recursos que cada pessoa consome anualmente, sendo a dos países ricos cinco vezes maior que a dos países pobres. Qatar, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Dinamarca, Estados Unidos, Bélgica, Austrália, Canadá, Holanda e Irlanda são os países com maior pegada ecológica. Portugal está na 39.ª posição, num total de 233 países.
O relatório adverte que a escassez de recursos já se faz sentir em todo o mundo, onde 2.700 milhões de pessoas em várias partes do planeta "já são forçadas a lidar com a falta de água durante pelo menos um mês por ano".
"Uma procura cada vez maior de recursos por parte de uma população a aumentar, está a por uma enorme pressão sobre a biodiversidade do planeta e ameaça a nossa segurança, saúde e bem estar futuros", diz o estudo. E os resultados do relatório indicam que o nosso planeta não está bem de saúde e sugere que a humanidade pode ser mais sustentável, com um uso mais eficiente da energia e uma redução dos consumos.
O relatório é publicado a cinco semanas da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20 – que marca os 20 anos desde a primeira Cimeira da Terra, em 1992, e que será celebrada em Junho no Rio de Janeiro. A WWF apela aos governos para "valorizarem a natureza, a fim de assegurar alimentos, água e segurança energética. Devemos proteger os nossos recursos naturais, proporcionando benefícios sócio-económicos e permitindo o desenvolvimento sustentável, mas sem esquecer a pegada ecológica."
Mais informações em Publico.pt e Relatório da WWF
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