quarta-feira, 23 de maio de 2012

Primeiros animais terrestres não conseguiam caminhar com os seus membros

Ilustração do tetrápode primitivo Ichthyostega - Fonte: wikipédia

Cientistas reconstruiram o esqueleto de um Ichthyostega, um dos primeiros vertebrados que viveu em terra firme - ou tetrápode - há cerca de 375 milhões de anos, mostrando que ele não podia caminhar com os quatro membros. O estudo vem publicado nesta quarta-feira (23) na revista científica Nature.
A reconstrução foi feita no computador e a três dimensões, com base em imagens obtidas a partir de fósseis de Ichthyostega (vídeo da reconstituição aqui).
A análise do esqueleto e da mobilidade deste tetrápode primitivo revela que os membros não tinham a estrutura necessária para que ele caminhasse com eles, particularmente não tinham os movimentos de rotação necessários para levantar o corpo do chão e mover as pernas em sequência alternada. A forma de locomoção, segundo os pesquisadores, deveria ser bastante semelhante à das focas actuais. Para eles, o passo seguinte será descobrir como o corpo inteiro do Ichthyostega se movimentava exactamente.
"A origem dos tetrápodes e a transição da natação para a caminhada foi um passo fundamental na evolução e diversificação dos vertebrados terrestres. Durante todo esse tempo, as modificações dos membros - particularmente a especialização das articulações e as estruturas que orientam os seus movimentos - mudaram radicalmente as formas como os tetrápodes primitivos podiam mover-se."
A descoberta sobre a mobilidade do Ichthyostega põe a hipótese que as mudanças na forma de “andar” dos primeiros tetrápodes tenha sido um processo evolutivo gradual. Um outro trabalho publicado esta semana sugere que esta evolução pode não ter acontecido quando os animais começaram a viver na Terra, pode ter sido antes. Foi descoberto o fóssil de uma enguia Tarrasius problematicus que, mesmo sendo um animal aquático, tinha uma coluna vertebral com cinco segmentos, uma anatomia característica dos tetrápodes, algo desconhecido até agora.
Fonte: ÚltimoSegundo

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