sexta-feira, 20 de abril de 2012

Ursos-polares são mais antigos do que se pensava

Urso-polar e cria - Fonte: wikipédia

Um novo estudo genético permitiu descobrir que a origem do urso-polar (Ursus maritimus), como espécie independente, aconteceu há cerca de 600.000 anos, 450 mil anos antes do que se pensava, segundo revela uma investigação internacional publicada na revista Science.
Estudos anteriores indicavem que o urso-polar descendia do urso-pardo (Ursus arctos), atendendo a semelhanças no seu ADN mitocondrial (herdado só da mãe e que contém apenas uma porção pequena de todo o genoma). Por essa razão, assumiu-se que a espécie árctica descendia dos seus parentes castanhos, tendo surgido entre 166 mil e 111 mil anos, o que a teria obrigado a adaptar-se rapidamente às condições do Árctico.
Uma equipa de cientistas analisou o ADN nuclear de 19 ursos-polares, 18 ursos-pardos e sete ursos-negros (Ursus americanus). As diferenças detectadas entre os genomas indicam que as espécies polar e parda divergiram de um antepassado comum, há cerca de 600.000 anos. Segundo os cientistas, era uma época marcada por eventos climáticos de arrefecimento da Terra e que poderão estar associados à origem do urso-polar.
O novo estudo sugere também que a adaptação da espécie às alterações climáticas foi um processo lento e não rápido, como anteriormente se supunha, uma evolução mais semelhante ao resto dos mamíferos árcticos. Isto significa que a capacidade de adaptação do urso-polar às condições do Árctico não é tão elevada, como se pensava. A espécie poderá ser muito mais sensível às alterações climáticas e não ter tempo para se adptar às temperaturas mais elevadas da Terra.
Actualmente, os ursos-polares enfrentam a perda do seu habitat em consequência do degelo, obrigando-os cada vez mais a aproximarem-se das zonas habitadas pelo homem, fazendo perigar a sua sobrevivência.
Fonte: Publico.pt / El Mundo.es

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