Proliferação explosiva de Emiliania huxleyi no Mar Barents, vista pelo satélite Aqua da NASA. Os cocólitos (placas de carbonato de cálcio) das suas carapaças reflectem a luz, tornando a superfície do oceano de cor azul leitoso e visível do espaço. As diferenças no brilho e cor devem-se, em parte, à profundidade a que se encontram as algas microscópicas - Crédito: NASA/Earth Observatory
A alga microscópica Emiliania huxleyi, é a mais abundante do fitoplâncton dos oceanos, desempenhando um papel importante na cadeia alimentar e no ciclo de carbono do planeta.
Cientistas alemães quiseram saber como esta alga - com forma de esfera e coberta por uma carapaça de carbonato de cálcio - reagia ao aumento de dióxido de carbono dissolvido na água do mar e que está a torná-la mais ácida.
Na experiência publicada ontem na edição online da revista Nature Geoscience, a Emiliania huxleyi foi submetida a várias concentrações de dióxido de carbono, durante um ano. Os cientistas descobriram que, ao fim de várias gerações, a alga não foi tão afectada como se pensava e até tinha conseguido evoluir e adaptar-se.
A exploração massiva de combustíveis fósseis leva à formação de quantidades cada vez maiores de dióxido de carbono e outros gases de efeito de estufa que se acumulam na atmosfera. Como consequência, o planeta está a ficar mais quente e o dióxido de carbono acaba por dissolver-se nos oceanos, formando o ácido carbónico que torna as suas águas mais ácidas e afecta os organismos marinhos.
Sabe-se que o ácido carbónico reage com o carbonato de cálcio, por isso animais marinhos com carapaças, conchas e esqueletos de carbonato de cácio estão entre os mais afectados pela acidez dos oceanos, com a diminuição do crescimento e da taxa de calcificação, além do aumento de malformações.
A Emiliania huxleyi é uma alga marinha unicelular, de forma esférica. Apresenta uma carapaça feita de várias placas delicadas de carbonato de cálcio, os cocólitos. É a alga mais comum dos oceanos - Fonte: wikipédia
É o que acontece com a alga unicelular Emiliania huxleyi, cuja carapaça é feita de várias placas delicadas de carbonato de cálcio, os cocólitos. Quando morre e se deposita no fundo do mar, a Emiliania huxleyi acelera a remoção de carbono das águas superficiais, pois as suas placas ficam depositadas no leito marinho. Desta forma, ela desempenha um papel importante no ciclo do carbono.
Na experiência realizada pela equipa do biólogo Thorsten Reusch, do Centro Helmholtz para a Investigação do Oceano, em Kiel, Alemanha, a alga começou por ser afectada mas, ao fim de 500 gerações, reagiu à alterações do ambiente devido ao aumento de dióxido de carbono e foi capaz de "restaurar em parte a calcificação, pela via da evolução adaptativa".
No entanto, os cientistas salientam que "o nosso contributo é termos mostrado que, depois de haver adaptação, as culturas cresceram menos mal. Mas há que ter em atenção que continuaram a crescer pior do que se não houvesse acidificação do oceano."
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