Nova imagem do anel de poeira em torno da estrela brilhante Fomalhaut, obtida com o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), em Setembro e Outubro de 2011. A imagem sobreposta a azul mostra uma fotografia anterior obtida pelo Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA (com muitos grãos de poeira pequenos atirados para o exterior pela radiação estelar). A nova imagem ALMA foi fundamental para a compreensão deste sistema planetário próximo e forneceu pistas importantes sobre como estes sistemas se formam e evoluem. O ALMA só observou uma parte do anel até agora - Crédito: ALMA (ESO/NAOJ/NRAO). Imagem em luz visível: NASA/ESA Hubble Space Telescope
Utilizando o observatório ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array), astrónomos descobriram que os planetas que orbitam a jovem estrela Fomalhaut são muito mais pequenos do que inicialmente se pensou.
As observações do ALMA, ainda em construção, constituem pistas importantes na compreensão do sistema planetário próximo, uma ajuda no conhecimento sobre a formação e evolução destes sistemas. É o primeiro resultado publicado correspondente às primeiras observações científicas do ALMA.
O observatório ALMA conseguiu imagens extremamente nítidas do disco, ou anel, de poeira que orbita a estrela Fomalhaut, situada a cerca de 25 anos-luz da Terra, na constelação do Peixe Austral. Estas imagens mostram que tanto as bordas interiores como as exteriores do disco de poeira fino estão muito bem delineadas. Combinando com simulações de computador, os cientistas concluiram que as partículas de poeira permanecem no interior do disco devido ao efeito gravitacional de dois planetas - um mais próximo da estrela do que o disco e outro mais distante.
As partículas do anel de poeira são mantidas no seu interior por interacções gravitacionais com os planetas. O planeta interior, que se move mais rapidamente, transfere energia às partículas de poeira, fazendo-as mover-se para fora, no sentido do interior do disco. O planeta exterior, que se move mais lentamente, retira energia às partículas, fazendo com que elas se desloquem mais para o interior - Crédito: ALMA (ESO/NAOJ/NRAO)/B. Saxton
Os cálculos dos investigadores indicam que os planetas são maiores que Marte, mas não maiores que algumas vezes o tamanho da Terra, valores muito mais pequenos do que se pensava.
Para Aaron Boley (Sagan Fellow, Universidade da Flórida, EUA), que liderou este estudo, "as massas destes planetas devem ser pequenas; de contrário os planetas destruiriam o anel". O tamanho pequeno dos planetas explica por que é que não foram detectados anteriormente pelas observações infravermelhas, disse o cientista.
O estudo revelou que a largura do anel é mais ou menos 16 vezes a distância entre o Sol e a Terra, e a sua espessura é apenas um sétimo da largura, mais estreito do que se pensava. Encontra-se a uma distância da estrela cerca de 140 vezes a distância Terra-Sol, o que coloca os planetas entre os mais frios alguma vez encontrados a orbitar uma estrela normal, de acordo com os cientistas.
Fonte: ESO
Sem comentários:
Enviar um comentário