As imagens compostas obtidas pela sonda Dawn, da NASA, mostram três pontos de vista de um terreno com sulcos e ranhuras perto da cratera Aquilia, no hemisfério sul do gigante asteróide Vesta. A imagem a preto-e-branco destaca a topografia, a imagem colorida central destaca a composição da superfície e a imagem à direita, combinação das imagens a preto-e-branco e colorida, para mostrar a relação entre topografia e a composição. - Crédito: NASA/JPL-Caltech/UCLA/MPS/DLR/IDA
Mais descobertas da sonda Dawn, da NASA, revelam novos detalhes sobre a variada composição da superfície do gigante asteróide Vesta, nomeadamente materiais ricos em ferro e magnésio. Para além disso, conseguiu mais informações sobre as mudanças de temperatura e pistas para a sua estrutura interna.
Os resultados foram apresentados, ontem (25), na União Europeia de Geociências, em Viena, Áustria, em que se pretende ajudar os cientistas a entender melhor o início do sistema solar e os processos que dominaram a sua formação.
As imagens de Dawn, captadas pela câmara de enquadramento e espectrómetro de mapeamento visível e infravermelho, mostram uma grande variedade de minerais de superfície e padrões de rocha, muitos deles compostos de minerais ricos em ferro e magnésio, muitas vezes encontrados em rochas vulcânicas da Terra. As imagens também revelam brechas, que são rochas fundidas durante os impactos de detritos espaciais, além de depósitos planos que se devem ter formado quando a poeira fina criada durante os impactos assentou.
"Dawn agora permite-nos estudar, em grande detalhe, a variedade de misturas de rochas que compõem a superfície de Vesta", disse Harald Hiesinger, cientista da missão, da Universidade de Münster, na Alemanha.
Na cratera Tarpeia, perto do pólo sul de Vesta, as imagens da sonda revelam bandas de minerais que aparecem como camadas brilhantes nas encostas íngremes da cratera. As camadas mais próximas da superfície do asteróide evidenciam contaminação de rochas espaciais que bombardeiam Vesta, enquanto as camadas debaixo preservam mais as suas características originais. Deslizamentos freqüentes nas encostas das crateras também revelaram outros padrões minerais ocultos.
Segundo os cientistas, os resultados sugerem que a superfície de Vesta está en constante renovação .
A sonda Dawn também conseguiu uma visão próxima de 3-D da estrutura interna de Vesta, através de medições sensíveis da força gravitacional do asteróide na nave espacial, o que permitiu detectar densidades anormais dentro das suas camadas exteriores.
O vídeo de missão Dawn mostra que o campo gravitacional de Vesta (à direita) se aproxima da topografia da superfície do asteróide gigante Vesta (à esquerda). A cor vermelha indica as áreas com um campo de gravidade mais elevado que a média e azul-violeta as áreas onde o campo é mais fraco que a média.
Os dados mostram uma área anómala perto do pólo sul de Vesta, sugerindo que esse material mais denso de uma camada mais interior foi exposto pelo impacto que criou a estrutura conhecida por bacia Rheasilvia.
A sonda Dawn obteve, ainda, os mapas de temperaturas de superfície com mais alta resolução de qualquer asteróide visitado por uma sonda. As temperaturas variam entre quente (-23º Celcius em locais ensolarados) e frio (-100º Celsius à sombra). Estes valores permitem verificar que a superfície de Vesta responde rapidamente à iluminação, na ausência de uma atmosfera que possa suavizar.
Dawn, lançada em 2007, iniciou o estudo de Vesta com aproximadamente 530 Km de largura, em meados de 2011. Na sua próxima missão, deverá explorar o planeta anão Ceres, em 2015. Os dois objectos da cintura de asteróides testemunharam grande parte da história do nosso Sistema Solar, são quase tão antigos quanto ele.
Fonte: NASA
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