sábado, 28 de abril de 2012

Phoebe, lua de Saturno, um planeta falhado?

Phoebe, captada pela sonda Cassini durente o sobrevoo de 11 de Junho de 2004 - Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute

Phoebe, lua de Saturno, tem mais características de planeta do que se pensava, assim revelam os dados da missão Cassini, da NASA.
Os cientistas combinaram os dados colhidos pelos vários instrumentos da sonda com um modelo de computador da química, geofísica e geologia da lua, tendo descoberto que Phoebe era um planetesimal ou o remanescente de um bloco de construção de planeta. O estudo vem publicado na edição de Abril da revista Icarus.
Segundo Julie Castillo-Rogez, uma cientista planetária do Jet Propulsion Laboratory da NASA em Pasadena, Califórnia, "ao contrário dos corpos primitivos, como os cometas, Phoebe parece ter evoluído activamente durante algum tempo antes de parar." Para a cientista, "supõe-se que objectos como Phoebe condensaram muito rapidamente. Assim, eles representam blocos de construção de planetas. Eles dão pistas sobre as condições existente na época de formação dos planetas e das suas luas."
As imagens de Cassini sugerem que Phoebe teve origem na Cintura de Kuiper, uma região de corpos rochosos gelados para lá da órbita de Neptuno. Os dados mostram que Phoebe era esférico e quente no início da sua história, e tem material rico em rochas densas concentrado perto do seu centro. Tem uma densidade média próxima de Plutão, na cintura de Kuiper.

O painel de imagens mostra a forma quase esférica da lua de Saturno Phoebe. Crédito: NASA / JPL-Caltech / SSI / Cornell

A lua Phoebe terá nascido nos primeiros 3 milhões de anos de formação do sistema solar, que ocorreu há 4,5 biliões de anos. Inicialmente a lua pode ter sido porosa, mas parece ter entrado em colapso sobre si mesma, à medida que aquecia. Provavelmente permaneceu quente durante dezenas de milhões de anos antes de congelar.
O estudo sugere que o calor também teria permitido que a lua pudésse conter água líquida ao mesmo tempo, o que pode explicar a assinatura de materiais ricos em água na superfície de Phoebe, que a sonda Cassini detectou anteriormente.
De acordo com os cientistas, várias centenas de milhões de anos depois de congelar, Phoebe provavelmente foi capturada pela gravidade de Saturno, quando penetrou no interior do Sistema Solar, em consequência de algum rearranjo planetário.
Saturno está rodeado por uma nuvem de luas irregulares cujas órbitas são inclinadas em relação à órbita do grande planeta gasoso à volta do Sol, conhecida pelo seu plano equatorial. Phoebe é a maior destas luas irregulares e, além disso, orbita em sentido contrário relativamente às outras. No entanto, parece que as grandes luas de Saturno se formaram a partir de gás e poeira orbitando no plano equatorial do planeta, onde continuam a orbitar actualmente.
Fonte: NASA

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