A animação mostra a circulação das correntes oceânicas em torno das plataformas de gelo da Antárctida ocidental. As plataformas flutuantes estão indicados pela cores do arco-íris; vermelho onde é mais espessa (maior do que 550 metros), enquanto que o azul significa mais fina (inferior a 200 metros) - Crédito: NASA / Goddard CGI Lab
Um novo estudo da NASA, usando medições de satélite, revelou que o degelo que está a acontecer recentemante na Antárctida se deve, sobretudo, às correntes oceânicas quentes em contacto com a base das plataformas de gelo flutuante do continente austral.
Sabe-se que as plataformas de gelo descongelam devido à acção das correntes oceânicas quentes na sua base, mas também com o ar quente em contacto com a sua parte superior.
Uma equipa internacional de cientistas quis saber qual destas duas causas de fusão de gelo tem maior impacto nas plataformas de gelo austrais e combinou modelos e medições do satélite Ice, Cloud, and land Elevation Satellite (ICESat), da NASA. A sua descoberta foi publicada ontem (25) na revista Nature e poderá ser um contributo para projecções mais fiáveis sobre a futura subida do nível do mar.
Os pesquisadores estudaram 54 plataformas flutuantes de gelo e concluiram que 20 delas estão a descongelar por causa de oceanos mais quentes, a maioria situadas no Oeste da Antárctida. Isto pode ser problemático para o continente, porque as plataformas de gelo flutuantes travam o movimento dos glaciares interiores.
Vista da plataforma flutuante de gelo Riiser-Larsen, na Antárctida - Fonte: wikipédia
À medida que as plataformas derretem pelo aquecimento das águas, principalmente a oeste, o fluxo de glaciares terrestres em direcção à costa acelerou, drenando mais gelo para o mar e contribuindo para a elevação do nível do mar. Esta aceleração dos glaciares é considerada responsável pela maior parte do aumento da perda de gelo da Antárctida, o que está a contribuir muito para o aumento do nível do mar.
"Estudos mostraram que os ventos da Antárctida mudaram por causa das alterações do clima", disse Hamish Pritchard, principal autor do estudo, da British Antarctic Survey, em Cambridge, Reino Unido. "Isso afectou a força e a direcção das correntes oceânicas. Como consequência a água quente está a fundir o gelo flutuante". De acordo com o autor, os glaciares da Antárctida estão a responder rapidamente às alterações climáticas.
Na Península Antárctica, mesmo a sul da Argentina, a situação é diferente. Aqui, parece que são os ventos quentes que estão a provocar a fusão do gelo, que descongela a partir do topo.
Fonte: NASA
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