Liberdade política, laços sociais fortes e a ausência de corrupção são importantes para a felicidade - Fonte imagem: wikipédia
No primeiro Relatório Mundial sobre Felicidade, elaborado pela Universidade de Colúmbia a pedido das Nações Unidas (ONU), Portugal surge no lugar 73, a meio das classificações de 156 países, mas atrás de 22 dos 27 Estados-membros da União Europeia.
Dinamarca, Finlândia, Noruega, do norte da Europa são os países mais felizes do mundo. Os menos felizes são dos mais pobres da África subsariana: Togo, Benim e República Centro-Africana.
Apesar de existir uma ligação entre a riqueza e o bem-estar das pessoas, o estudo concluiu que factores como liberdade política, laços sociais fortes e a ausência de corrupção são igualmente importantes.
Os dados para este estudo foram recolhidos entre entre 2005 e 2011, tendo sido pedido aos entrevistados que avaliassem a qualidade de vida, numa escala de 0 a 10, sendo 0 a pior vida possível e 10 a melhor vida possível. Em Portugal, a avaliação média de vida foi de 5,4, classificação que representa uma situação de bem-estar moderado, com um certo receio em relação ao futuro, segundo os autores do estudo.
"Faz parte da idiossincrasia portuguesa: fugimos dos extremos. Os portugueses nunca estão muito bem nem muito mal. Vão andando", afirma Rui Brites, sociólogo e professor do Instituto Superior de Economia e Gestão, da Universidade Técnica de Lisboa. Para este investigador, que tem trabalhado na área da avaliação do bem-estar e da felicidade, estes resultados são "consistentes" com outros estudos publicados nos últimos anos.
Na União Europeia, Portugal está apenas à frente da Roménia, Hungria, Letónia e Bulgária. Estes resultados são idênticos aos obtidos noutro inquérito sobre felicidade e bem-estar, realizado em 2008 pela European Social Survey, onde Portugal ficou classificado no penúltimo lugar entre 15 países europeus.
De acordo com Rui Brites, há uma relação "muito forte" entre a felicidade/bem-estar e o optimismo, e os países "mais felizes" tendem a ser "mais optimistas relativamente ao futuro" e os menos felizes são também os mais "pessimistas". Habitualmente, os portugueses estão entre os mais pessimistas, estando mais próximos, neste aspecto, dos cidadãos dos antigos países comunistas da Europa de Leste, "têm menores níveis de confiança social, e não acreditam tanto nas instituições nacionais". No entanto, considera que os portugueses não são pessoas infelizes. Para ele, "não somos tão felizes como noutros países, como é o caso dos países nórdicos, mas somos felizes ".
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