Imagem do cometa Garradd (C/2009 P1) adquirida pelo satélite Swift, da NASA, em 1 de Abril de 2012, quando se encontrava a 142 milhões de milhas de distância, ou 636 vezes mais distante que a Lua. A cor vermelha mostra a luz solar reflectida pelo pó do cometa (cauda); violeta mostra a luz ultravioleta produzida pelo grupo hidroxilo (OH), relacionado com a água. NGC 2895 é uma galáxia espiral barrada, localizada a 400 milhões de milhas de distância na constelação de Ursa Major. A imagem do satélite (delineada) aparece dentro de uma imagem mais ampla da região, obtida em luz visível a partir da Digital Sky Survey. Crédito: NASA / Swift / D. Bodewits (UMD) e S. Immler (GSFC) e DSS / STScI / AURA
O cometa Garradd fez a sua maior aproximação ao Sol em 23 de Dezembro de 2011, passando a 118 milhões de milhas (1.27 AU) da Terra, em 5 de Março de 2012.
Actualmente, C/2009 P1, como também é conhecido, ainda se pode observar este mês com pequenos telescópios, enquanto se move a sul das constelações de Ursa Maior e Lynx.
Foi descoberto por Gordon J. Garradd no Siding Spring Observatory, Australia, em Agosto de 2009. De acordo com os astrónomos, esta terá sido a sua primeira viagem ao Sistema Solar interior, desde que chegou à Nuvem de Oort, uma área fria localizada nos limites do Sistema Solar e que pode abrigar biliões de cometas e asteróides gelados.
C/2009 P1, um cometa muito rico em poeira, está a ser investigado pelo satélite Swift da NASA, à medida que ele se afasta. É uma oportunidade para estudar como muda a actividade de um cometa a maiores distâncias do Sol.
Um cometa é um aglomerado de gases congelados misturados com poeira. Essas "bolas de neve sujas" libertam gás e poeira quando se aproximam do Sol, devido à sublimação da água gelada, isto é, a transformação do gelo sólido em gás. Os jactos alimentados pela sublimação do gelo libertam poeira, que reflecte a luz do Sol e torna os cometas mais brilhantes.
Cometa Garradd (C/2009 P1), fotografado a 15 de Outubro de 2011, a sul da constelação de Hércules, na sua aproximação ao Sol, brilhando em cor verde e com cauda dupla - Crédito: Gregg Ruppel /APOD
Normalmente, a água de um cometa permanece congelada até cerca de três vezes a distância da Terra ao Sol, ou 3 unidades astronómicas (UA), distância que os astrónomos consideram como a "linha de neve" (snow line) do Sistema Solar. No entanto, o cometa Garradd já produzia grandes quantidades de poeira e gás muito antes de atingir a linha de neve. Os cientistas acham que se deve a outra causa para além da água gelada.
O satélite Swift irá monitorizar o cometa à medida que ele se afasta para além da "linha de neve", onde os cometas são pouco estudados. Para além da água gelada, os cometas também podem conter outros gases congelados, tais como monóxido e dióxido de carbono (CO e CO2), que sublimam a pemperaturas mais baixas e longe do Sol. De acordo com os cientistas, estes compostos podem explicar a actividade de C/2009 P1 para além da "linha de neve".
Uma das últimas observações do cometa pelo satélite foi a 1 de Abril de 2012, quando ele se encontrava a 1.53 AU de distância, logo depois de passar Marte. Os cientistas estimam que Garradd estava a perder cerca de 400 litros de água por segundo - suficiente para encher uma piscina olímpica em menos de 30 minutos - e 3,5 toneladas por segundo na forma de pó e grãos de gelo.
Graças ao brilho de Garradd e à sensibilidade e resolução dos instrumentos científicos do satélite Swift, os pesquisadores podem acompanhar o cometa. Segundo eles, "rastrear a água do cometa e a produção de poeiras e, ainda, assistir às suas transformações químicas enquanto se afasta no Sistema Solar, irá ajudar a entender melhor como funcionam os cometas e onde se formam".
Fonte: NASA
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