África tem água subterrânea suficiente para consumo e irrigação, desde que seja bem gerida - Fonte: wikipédia
No estudo publicado na revista Environmental Research Letters, os investigadores revelam que o volume total de água subterrânea é estimado em 0,66 milhões de quilómetros cúbicos, com as maiores reservas nos aquíferos do Norte de África, em países como a Líbia, Argélia, Egipto e Sudão e Chade, coincidindo com uma parte do deserto do Sara.
“Muitos destes aquíferos do Sara não são recarregados, mas foram-no há mais de 5000 anos, quando o clima na região era mais húmido”, escrevem os autores do artigo.
Os investigadores britânicos produziram estes primeiros mapas da água debaixo do solo africano com base em mapas, publicações e no estudo de 283 aquíferos.
Os aquíferos são a maior fonte de água para beber, e os mapas poderão ajudar numa avaliação mais realista sobre a segurança da água e stress hídrico, assim como promover uma abordagem mais quantitativa no mapeamento dos recursos hídricos subterrâneos a nível nacional e regional.
De acordo com os cientistas, estas reservas de água poderiam aliviar a situação de mais de 300 milhões de africanos sem acesso a água potável, para além de melhorar a produtividade dos solos. A procura deve aumentar consideravelmente nas próximas décadas, devido ao crescimento populacional e à irrigação de áreas cada vez maiores de culturas, com condições meteorológicas que se podem agravar com o aquecimento global.
Os investigadores salientam que “os aquíferos respondem muito mais lentamente às condições meteorológicas do que a água à superfície, sendo uma barreira natural à variabilidade climática, incluindo a seca”.
No entanto, perante a falta de chuva, os autores alertam que grandes projectos de extracção de água, através de furos, poderão esgotar as reservas mais rapidamente. “Com uma exploração cuidadosa, há água subterrânea suficiente para suportar baixos abastecimentos de água para beber e irrigação”, afirmou Helen Bonsor, do Serviço Geológico Britânico (BGS, sigla em inglês).
Mais informação em Publico.pt e artigo da Environmental Research Letters
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