Imagem composta, em cor falsa, da galáxia BX442 (obtida a partir de imagens dos telescópios Hubble e Keck II), com a sua companheira anã no canto superior esquerdo - Crédito: David Law / Dunlap Instituto de Astronomia e Astrofísica
Uma equipa de astrónomos do Instituto de Astronomia e Astrofísica Dunlap da Universidade de Toronto descobriu, pela primeira vez, uma galáxia espiral do início do universo, formada um bilião de anos antes de outras galáxias espirais. A descoberta publicada na revista Nature, em 18 de Julho de 2012, confirma que a recém descoberta galáxia está localizada a 10,7 biliões de anos-luz da Terra, na constelação de Pégaso, o que significa que ela está a ser observada como era quando o Universo tinha apenas três biliões de anos, quando as espirais eram bastante raras. É a espiral mais distante conhecida e pode oferecer pistas para a origem da estrutura espiral das galáxias noutros lugares.
Os pesquisadores detectaram a galáxia, designada por BX442, em imagens captadas pelo Telescópio Espacial Hubble, que se encontrava a estudar cerca de 300 galáxias muito distantes, no início do Universo.
Enquanto o Hubble mostrou a estrutura de BX442, os investigadores usaram o telescópio Keck II, no Havaí, para mostrar que as suas partes se movem a velocidades diferentes em relação a nós, revelando que é realmente um disco em espiral, girando aproximadamente tão rápido como a nossa própria galáxia Via Láctea, mas muito mais espesso e a formar estrelas mais rapidamente.
A galáxia BX442 é bastante grande em comparação com outras galáxias do início do Universo. A sua estrutura em espiral regular, com braços bem definidos, surpreendeu os astrónomos, pois a maioria das galáxias primordiais são bastante irregulares.
Ilustração da galáxia BX442, do início do Universo, com a sua companheira anã em cima e à esquerda - Crédito: Dunlap Instituto de Astronomia e Astrofísica / Joe Bergeron
Os cientistas querem saber como isto aconteceu. Uma das possíveis explicações para esta galáxia espiral é a presença de uma companheira anã, que se observa em processo de fusão com a galáxia principal. Tal como acontece em M51, a galáxia Whirlpool - a primeira galáxia espiral a ser observada - que está sujeita a forças de maré causadas por interacção com a companheira anã, as forças gravitacionais entre BX442 e a sua companheira podem ser responsáveis pela organização desta estrutura em espital transitória dentro de BX442.
Seja qual for a origem desta galáxia, actualmente ela pode já estar muito diferente. Se ela colidiu com alguma grande galáxia, durante os quase 11000 milhões de anos que a luz demorou a chegar à Terra, provavelmente ela perdeu a sua estrutura espiral transformando-se numa galáxia elíptica, o que irá acontecer à nossa galáxia Via Láctea, dentro de biliões de anos, depois de colidir com Andrómeda. Fonte: Comunicado da UCLA e Science
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